Dados do Trabalho

Título

Morbimortalidade por Pancreatite aguda no Brasil nos últimos 5 anos.

Resumo

Introdução: A pancreatite aguda é caracterizada como uma doença inflamatória, podendo atingir além do pâncreas, os tecidos peripancreáticos, inclusive afetar outros órgãos. Tem como principais causas a doença biliar litiásica e ingesta abusiva de álcool. No entanto, apesar de apresentar curso autolimitado, tem significativo percentual de casos que cursa com complicações locais e sistêmicas com elevados índices de mortalidade.
Objetivo: Analisar o perfil epidemiológico da morbimortalidade por pancreatite aguda no brasil e o seu impacto no sistema de saúde.
Metodologia: Estudo epidemiológico, descritivo e retrospectivo, com coleta de dados obtidos Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS), durante o período de setembro de 2017 a setembro de 2022, utilizando as variáveis faixa etária, região, óbitos, internações e taxa de mortalidade.
Resultados: No período de 2017 a 2022 foram registradas 192.511 internações no Brasil por pancreatite aguda, com a faixa etária de 60 a 69 anos a mais prevalente, compondo cerca de 19% dos casos. A região Sul apresentou maiores índices de internações, com 135 casos a cada 100 mil habitantes, seguida pela Sudeste, 114 casos. A região Norte apresentou menor índice, com 64,34 casos a cada 100 mil habitantes. Quanto aos dias de permanência de internação, a região Nordeste apresentou maior índice, com média de 8,3 dias, seguida pela Norte com 7,9. A região Sudeste apresentou menor índice, com 6,5 dias. Em relação a mortalidade, a doença foi responsável por 9.587 óbitos no período avaliado, sendo 5.607 do sexo masculino (58%) e 3.980 do sexo feminino (42%). A região Sul apresentou maior taxa de óbito, com 6,91 a cada 100 mil habitantes, seguida pela Sudeste com 5,60. A região Norte apresentou os menores índices, com 3,29 óbitos a cada 100 mil habitantes.
Conclusão: Pode-se concluir que a pancreatite aguda é uma doença que se não tratada, é capaz de gerar consequências e aumentar o número de internações por complicações. Foi possível observar que nos últimos 5 anos, um total de 192.511 internações foram registradas, além da possível subnotificação de casos em virtude de outras doenças, como a diminuição do número de casos registrados no ano de 2020 devido ao COVID-19. Assim, observa-se a dimensão dos números de casos de internação nas três regiões, sendo necessária mais atenção para tais índices.