XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Tratamento endoscópico com E-VAC associado a terapia em ponte com duplo pigtail de deiscência de anastomose esôfagojejunal extensa

Resumo

Apresentação do Caso Paciente 74 anos, com radioterapia recente por neoplasia pulmonar, submetido a esofagectomia distal, gastrectomia parcial e anastomose esôfago-jejunal e gastrojejunal devido a adenocarcinoma de cárdia. No quinto dia de pós-operatório evoluiu com piora clínica, sendo diagnosticada fístula em anastomose esôfago jejunal por tomografia. Indicada endoscopia digestiva alta observando fístula em anastomose. Implementada terapia à vácuo, com sonda 18, gaze e ioban, posicionada intraluminal e em vácuo contínuo de 125 mmHg. Revisão endoscópica demonstrou aumento do orifício fistuloso e nova cavidade mediastinal com secreção purulenta. Prosseguimos com colocação de dispositivo à vácuo intracavitário. Em 96 horas, exame observou deiscência de dois terços da anastomose, com alto risco de desconexão total, cavidade maior estendendo-se para peritônio, em localização próxima a artéria esplênica. Optamos pela confecção de e-vac com espoja para aumentar drenagem da secreção posicionado em cavidade mediastinal e colocação de duplo pigtail (duplo J urologia 6 FR) na alça alimentar, na tentativa de evitar a desconexão completa e orientar o trajeto caso a mesma ocorresse. Endoscopia em 36 horas evidenciou redução das cavidades, da secreção purulenta e presença de tecido de granulação. Para o fechamento da cavidade peritoneal, reduzindo os riscos da colocação de e-vac próximo vasos, optamos pela terapia em ponte: dois cateteres duplo J 6 Fr posicionados na cavidade peritoneal e e-vac na sua porção mediastinal. Após 14 dias evidenciado fechamento da fistula por endoscopia com fluroscopia e tomografia que não evidenciaram vazamento de contraste. Mantidos duplo pigtail por 6 semanas. Discussão
Fistulas pós-operatórias ocorrem em até 10% dos casos, com maior incidência se fatores de risco associados, como radioterapia prévia. O tratamento a vácuo traz bons resultados, evitando abordagem cirúrgica de alta mortalidade. Contudo, as deiscências podem ter condições que dificultantes como drenagem purulenta, cavidades extensas e com vasos próximos. Uma abordagem individualizada, multidisciplinar, com diferentes técnicas endoscópicas, associado a persistência do endoscopista, podem contribuir para o sucesso do tratamento. Comentários Finais Relatamos um caso de fístula esôfago-jejunal de difícil manejo, com sucesso após associação de diferentes técnicas de tratamento a vácuo: e-vac com esponja otimizando a drenagem purulenta e terapia em ponte com duplo pigtail.

Área

Endoscopia - Endoscopia digestiva alta

Autores

Joana Breves Costa, Cesar Augusto Amorim, Eduardo Viegas, Viviane Fittipaldi, Mariana Mafra, Eduardo Linhares, Apoenna Rocha