XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

RELATO DE CASO: COLECISTITE AGUDA COM EMPIEMA DE VESÍCULA

Resumo

Apresentação do Caso: Paciente M.G.G.T., sexo feminino, 68 anos, hipertensa, sob atendimento em consultório particular, relatou dor intensa em hipocôndrio direito, náuseas, vômitos, hiporexia e perda ponderal, com início dos sintomas a uma semana e com piora pós-prandial. Ao sétimo dia apresentou um pico de febre. Ao exame físico, paciente em regular estado geral, corada, hidratada, eupneica e febril. Abdome globoso, ruídos hidroaéreos presentes e Murphy positivo. Como exame complementar, realizou Ultrassom de Abdome, no qual fora identificado colecistite aguda com presença de cálculo impactado no infundíbulo MGGT foi submetida à cirurgia videolaparoscópica de colecistectomia, na qual identificou presença de empiema de vesícula. A conduta adotada foi a colocação de dreno de Penrose e antibioticoterapia com Ciprofloxacino e Metronidazol por 7 dias. Seu pós operatório cursou sem intercorrências, recebendo dieta no primeiro dia e alta no segundo dia, ainda em uso do dreno. Em retorno, após 5 dias, o dreno fora retirado e a paciente recebeu alta ambulatorial.


Discussão: O empiema de vesícula não é algo corriqueiro nas colecistectomias laparoscópicas (2 a 11%), mas é uma complicação que aumenta a taxa de mortalidade dos pacientes e não pode ser previsto por exames laboratoriais ou de imagem. E quando não tratado, pode progredir com inflamação sistêmica, sepse, falência de órgão, resultando, por fim, em morte. Atualmente, buscam-se biomarcadores para estimar a gravidade da Colecistite aguda (CA). Assim, alguns exames capazes de predizer a presença de complicações são dosagem de PCR (proteína C reativa) e razão neutrófilo-linfócito, apesar de serem inespecíficos. Estabelecido o diagnóstico de CA, a conduta adotada é cirúrgica, sendo a Colecistectomia Laparoscópica (CL) o método de escolha padrão para tratar a maioria dos paciente.
Comentários Finais: O caso relatado e a revisão literária induzem questionamentos acerca do diagnóstico definitivo e ao mesmo tempo impreciso da complicação da colecistite aguda, o empiema, além de questionar e comparar a díade de possíveis tratamentos (drenagem percutânea trans-hepática seguida de colecistectomia tardia versus colecistectomia de emergência), convergindo para a elucidação de que ambas são tão quão eficazes para o sucesso terapêutico do doente.

Área

Gastroenterologia - Pâncreas e Vias Biliares

Autores

Chrystian Coelho Lemes, Deborah Heloisa Cezar Dourado, Andrey Júnior de Ávila Magalhães, Rodrigo Tavore Strasser, Joyce Saab, José Antonio de Oliveira Júnior, Helen Brambila Jorge Pareja, Vinícius Denepotti Nogueira