XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

MESOTELIOMA PERITONEAL SEM RELAÇÃO COM EXPOSIÇÃO À ASBESTOS: UM RELATO DE CASO

Resumo

APRESENTAÇÃO DE CASO: Paciente feminino, 44 anos, sem comorbidades prévias, etilista, tabagista, sem exposição prévia ao asbesto. Admitida com história de hematêmese, epigastralgia e leucocitose. Realizada paracentese que evidenciou a presença de peritonite bacteriana espontânea, iniciada antibioticoterapia. Entretanto, mantinha quadro de leucocitose persistente, desconforto e distensão abdominal. Rastreio infeccioso negativo. Citologia oncótica evidenciava hiperplasia mesotelial reativa. TC de abdome que evidenciou lesão expansiva e heterogênea em apêndice cecal, suspeita de neoplásia primária, volumosa ascite, espessamento nodular de follhetos peritoneiais e de omento maior, sugerindo carcinomatose peritoneal. Realizado TC de tórax, crânio, coluna, endoscopia e colonoscopia, todas sem alterações neoplásicas. Realizado laparoscopia diagnóstica para coleta de biópsias e melhor avaliação do apêndice. Durante a cirurgia foi constatado a presença de inúmeros implantes peritoneais. Anatomopatológico evidenciou infiltração omental por neoplasia epitelial maligna pouco diferenciada com rica fibroplasia do estroma, compatível com mesotelioma malígno. Encaminhada para início de quimioterapia. DISCUSSÃO: O mesotelioma pleural seja uma doença com uma conhecida relação com a exposição ao asbesto, pouco se sabe sobre o mesotelioma peritoneal (MP), uma vez que este é raro e de apresentação tardia. Os fatores de risco para o MP incluem: exposição ao asbesto, radioterapias prévias, peritonites crônicas, infecções. Nenhum destes fatores foi encontrado em nosso caso. Geralmente o MP se apresenta com queixas inespecíficas (dor e desconforto abdominal, náuseas, emagrecimento e ascite). Manifestações essas que também estão presentes em quadros de hepatopatia crônica descompensada. Nosso relato de caso objetiva mostrar que é possível o aparecimento de mesotelioma peritoneal em pacientes sem exposição prévia ao asbesto e que esse quadro deve fazer parte do diagnóstico diferencial de pacientes com quadro indolente de dor abdominal, ascite e perda de peso. COMENTARIOS FINAIS: Concluímos então que o MP, apesar de raro, deve ser lembrado no diagnóstico diferencial da ascite, mesmo quando não há história de exposição ao asbesto.

Área

Gastroenterologia - Fígado

Autores

Mariana Machado Labre, WESLEY SOUZA CASTILHO, ISABELLE PINA de ARAÚJO, NATHÁLIA CARVALHO FERNANDES, Daniela Medeiros Milhomem Cardoso, AMÉRICO de OLIVEIRA SILVÉRIO