XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

INTUSSUSCEPÇÃO COLO-CÓLICA POR ADENOCARCINOMA DE CÓLON - RELATO DE CASO

Resumo

RELATO: Paciente masculino, 85 anos, encaminhado ao serviço de emergência com queixa de dor abdominal difusa de início há 3 semanas, associada a parada da eliminação de flatos e fezes de aspecto sanguinolento há uma semana. Ao exame físico, abdômen distendido, RHA+, dor difusa à palpação. Realizada tomografia (TC) de abdômen total, evidenciou-se intussuscepção intestinal no terço proximal do cólon transverso, com invaginação colo-cólica. Optou-se por laparotomia, realizada colectomia direita estendida com retirada da lesão em região da flexura hepática, e posteriormente realizada anastomose primária de segmento íleo-cólico. O anatomopatológico da peça cirúrgica demonstrou adenocarcinoma intestinal colônico invasivo, bem diferenciado de baixo grau. Paciente apresentou evolução favorável e recebeu alta no 3º pós-operatório. DISCUSSÃO: Embora comum na população pediátrica, a intussuscepção intestinal é rara em adultos, sendo responsável por 1-5% das obstruções intestinais. De acordo com a localização, pode ser classificada em: entero-entérica, ileo-cólica, ileo-cecal e colo-cólica. Os principais locais das intussuscepções colônicas são as regiões flexíveis como sigmoide, transverso e ceco. A ocorrência da intussuscepção no cólon, apresenta etiologia maligna em aproximadamente 70% dos casos, mais comumente adenocarcinoma. No ultrassom, a intussuscepção pode aparecer como “sinal do alvo” no corte transversal e o do “pseudo rim” no longitudinal. A TC é considerada exame radiológico mais sensível para confirmar intussuscepção e avalia possível extensão de tumor, se existente. Considerando a grande incidência de etiologia maligna, intussuscepção íleo-cólica, íleo-cecal e colo-cólica devem ser ressecadas sem redução prévia em função da possibilidade de disseminação tumoral intraluminal ou venosa durante a redução, do risco de perfuração e disseminação de microorganismos e células tumorais para a cavidade peritoneal e do maior risco de complicações em anastomoses feitas sobre tecido intestinal manipulado, friável e edematoso. A ressecção deve respeitar os princípios oncológicos e é recomendada anastomose primária entre tecidos viáveis. COMENTÁRIOS FINAIS: A intussuscepção é causa pouco frequente de obstrução intestinal nos adultos. Devido à grande incidência de condições malignas como causa das intussuscepções na população adulta, a ressecção cirúrgica é o tratamento preferencial para estas lesões, permitindo resultados mais seguros.

Área

Cirurgia - Cólon

Autores

IZABELLA MARIA LOPES TITON, RAYANA ENDY MAZIERO, JONAS TAKADA, FLÁVIA FERNANDA DE FRANÇA, RAFAELLA TOMOMI OISHI, LUAN ZACARIAS NUNES