Dados do Trabalho
Título
Relatos de Casos de Megaestômago em Pacientes com Doença de Chagas
Resumo
Caso clinico
RF, 81 anos, sorologia positiva para Doença de Chagas, foi encaminhada para consulta no ambulatório de gastroenterologia devido à regurgitação diária, distensão abdominal, obstipação crônica e perda ponderal de 5 quilos em um ano. Solicitado o EREED foi constatado estômago de capacidade aumentada à custa de certa hipotonia, com o mesmo se estendendo até a pelve e apresentando retardo no seu esvaziamento. DS, 70 anos, sorologia positiva para Doença de Chagas, foi encaminhada para o ambulatório de gastroenterologia por referir disfagia não progressiva para sólidos há dois anos, associada a episódios frequentes de entalos e perda ponderal de 7 quilos em mesmo período. Em análise de exames diagnósticos trazidos pela paciente foram identificadas a presença de Megaesôfago grau II e capacidade do estômago aumentada no ERRED, além da identificação de estase salivar em EDA.
Discussão
As repercussões da Doença de Chagas no trato gastrointestinal ocorrem em grande parte devido ao comprometimento do sistema nervoso entérico. Versando-se sobre o estômago, encontram-se usualmente casos com alterações na motilidade e na secreção gástrica, já casos de megalia estomacal são raros, com escassas descrições e discussões na literatura, referindo-se em linhas gerais a achados post mortem ou em animais experimentalmente infectados. Descrevemos casos de duas pacientes com megaestômago sendo uma delas com associação ao megaesôfago, em uma primeira abordagem, na paciente RF, tendo como base o quadro clínico apresentado, sugestionou-se que a regurgitação alimentar expressa fosse secundária a um possível caso de megaesôfago. Após a realização do EREED, no entanto, foi constatado que o esôfago encontrava-se sem alterações, ao passo que o estômago apresentava sua capacidade aumentada. Na paciente DS, foram encontradas alterações no esôfago e no estômago no EREED constatando o diagnóstico de megaesôfago e megaestômago (figura 1).
Comentários Finais
O megaestômago é um achado raro, pouco descrito na literatura, carecendo de pesquisas que possam delinear possíveis relações causais, dentre elas com a doença chagásica, bem como traçar condutas viáveis, em prol do manejo adequado desses pacientes. Nos relatos em foco, a paciente RF evolui com melhora do quadro sintomatológico através do tratamento medicamentoso otimizado e o tratamento de DS foi direcionado ao megaesôfago.
Área
Gastroenterologia - Estômago/Duodeno
Autores
Ana Clara Fernandes Souza Filardi, Ane Caroline Martins, Rafaela Goes Brito, Marcela Azevedo Nogueira Lima, Ana Clara Barcelos da Silva Souza, Thais Teles Justiniano Miranda, Larissa Fernandes Fonseca, Livia Dorea Dantas Fernandes