XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Ressecção Transesfincteriana de GIST de Reto Baixo Após Neoadjuvância com Imatinib: um relato de caso

Resumo

Apresentação do caso
Apresentaremos caso de paciente masculino, 70 anos, com diagnóstico de GIST de reto baixo em que foi possível a ressecção local transesfincteriana. Encaminhado ao ambulatório de coloproctologia com queixa de dor anal e afilamento de fezes há 4 meses. Ao toque retal notava-se lesão extrínseca retroanal sobre assoalho pélvico a cerca de 4 centímetros da borda anal.
Iniciada investigação com colonoscopia demonstrando abaulamento na parede posterior, sem alterações de mucosa. Estudo de ressonância magnética de pelve sugeria lesão neoplásica mesenquimal com origem na parede posterolateral direita do reto (subepitelial) medindo 6,8x5,3x4,9 cm com acometimento interesfincteriano.
Após investigação inicial, foi indicada biópsia transretal guiada por ultrassonografia. Resultado de histologia e imunohistoquímica concluiu material compatível com tumor estromal gastrointestinal (GIST), com índice mitótico de 5 e marcador CD117 positivo.
Frente ao diagnóstico de GIST de alto risco foi optada por neoadjuvância com Imatinib. Ao final de 9 meses, obteve-se redução das dimensões da lesão, mas ainda com extensão ao plano interesfincteriano.
Ao final da neoadjuvância, foi programada a abordagem cirúrgica. Considerada a funcionalidade prévia do paciente, boa resposta a quimioterapia e o padrão de disseminação de tumores GIST, foi optada pela ressecção transesfincteriana em detrimento de amputação abdomino-perineal.
A ressecção se deu com margens macroscópicas livres e preservação da cápsula tumoral. Pelo risco de incontinência fecal intrínseco a técnica, o procedimento foi complementado com esfincteroplastia no tempo perineal e confecção de sigmoidostomia em alça. Paciente recebeu alta no terceiro dia pós operatório e mantém-se em seguimento ambulatorial no serviço.

Discussão
Os tumores GIST, são o principal diagnóstico diferencial dentre as neoplasias da camada mesenquimal e representam 1-2% dos tumores primários intestinais. Sua localização pode se dar ao longo de todo o trato gastrointestinal, sendo particularmente o reto sítio de tratamento cirúrgico mais complexo. Apesar disso, há embasamento em literatura para a escolha de ressecções locais associadas ao uso de Imatinib perioperatório.

Considerações finais
A apresentação desde relato de caso tem como objetivo demonstrar a relevância de táticas cirúrgicas de menor morbidade, que podem ser consideradas ao possibilitarem resultados oncológicos semelhantes com maior qualidade de vida ao paciente.

Área

Cirurgia - Cólon

Autores

Barbara Buccelli Colonno, Isabela Roskamp Sunye, Julia Grams Quintas, Lucas Abreu Sesconnetto, Gabriel Andrade Agareno, Rafael Vaz Pandini, Victor Edmund Seid, Sergio Eduardo Alonso Araujo