XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Úlcera Péptica com estenose que evolui para adenocarcinoma.

Resumo

Apresentação do Caso: C.A.V., mulher, 77 anos, viúva, aposentada, natural e precedente de Presidente Prudente (São Paulo).
Paciente procura serviço ambulatorial, com quadro de disfagia e vômito esporádico há um ano, havendo piora progressiva nos sintomas nos últimos quatro meses, motivo pelo qual buscou atendimento, no momento em que se presenciou agravo para vômito incoercível associado a perca de peso repentina e não quantificada. Inicialmente, foram realizados exames, em que foi evidenciado estenose pilórica, desencadeada por úlcera péptica devido à diagnóstico prévio. Posteriormente, foi realizada gastrectomia parcial, e a biópsia diagnosticou adenocarcinoma. Paciente segue em acompanhamento com oncologia clínica, sem necessidade de radioterapia ou quimioterapia adjuvante.
Discussão: Por se tratar de uma afecção heterogênea e multifatorial, a úlcera péptica acomete uma significativa parcela da população mundial, ocorrendo mais frequentemente no estômago e duodeno, mas, podendo acometer também o terço inferior do esôfago e jejuno, apresentando-se como uma lesão arredondada ou ovalada com bordas regulares.
Atualmente, são conhecidos alguns fatores que condicionam o aparecimento de úlceras pépticas, como, principalmente a infecção pela bactéria Helicobacter pylori (H. pylori) e o uso de anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), além de fatores relacionados ao etilismo, como, tabaco, álcool, uma dieta rica em alimentos picantes, chá, refrigerantes, café e o estresse, sendo considerados agentes de risco para o desenvolvimento de úlceras pépticas.
Dentre as complicações mais frequentes da úlcera péptica, pode-se destacar a hemorragia gastrointestinal alta, ocorrendo em até 15% dos casos de úlceras e a perfuração, presente em cerca de 7% dos pacientes. Apesar de serem as complicações mais comuns e as causas mais frequentes de internação e mortalidade pela doença, a obstrução, caracterizada como estenose pilórica, também é observada, mesmo que em menos de 2% dos casos. A respeito dos fatores de risco do adenocarcinoma, na literatura nacional, pouco é encontrado sobre trabalhos que avaliam a prevalência de fatores de risco para câncer gástrico no Brasil.
Comentários Finais: De acordo com a literatura e o presente trabalho, evidenciou-se que a estenose pilórica, desencadeada por úlcera péptica é um importante fator de risco para o desenvolvimento de adenocarcinoma, sendo necessário um diagnóstico precoce e intervenção cirúrgica.

Área

Cirurgia - Estômago

Autores

Chrystian Coelho Lemes, Adriano Junqueira de Moraes, Rodrigo Tavore Strasser, Helen Brambila Jorge Pareja, José Antônio de Oliveira Júnior, Joyce Saab, Andrey Júnior de Ávila Magalhães, Vinícius Denepotti Nogueira