XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Uso de prótese para tratamento de estenose esofágica benigna refratária ao manejo com dilatações endoscópicas seriadas - relato de caso

Resumo

INTRODUÇÃO
As estenoses benignas do esôfago são complicações relativamente frequentes que podem resultar de várias etiologias, como refluxo gastro-esofágico, ingestão de agentes corrosivos, pós-cirurgias do esôfago, pós-radioterapia no tórax, pós-escleroterapia endoscópica de varizes do esôfago, entre outros. As dilatações esofágicas são recomendadas no tratamento dessa complicação com taxa de resposta em torno de 90%, podendo ser utilizada a dilatação com balão hidrostático e com velas de Savary-Gilliard. Na falha do tratamento endoscópico com dilatação, o uso das próteses esofágicas autoexpansíveis pode ser útil no manejo dessa condição.
RELATO DE CASO
Paciente feminina, 47 anos, tabagista, com história de disfagia progressiva para sólidos e diagnóstico de carcinoma epidermóide de esôfago em 2017. Realizado tratamento com quimioterapia e radioterapia. Após o tratamento, a paciente evoluiu novamente com quadro de disfagia sendo diagnosticada estenose esofágica actínica em esôfago distal, com extensão de 4cm, não atingindo o cárdia. Após uma resposta inicial ao tratamento com dilatação com velas de Savary, a paciente evoluiu novamente com disfagia em 2021, que persistiu após quatro sessões de dilatação com diâmetros progressivamente maiores. Dessa forma, foi optado pela colocação de prótese esofágica autoexpansível totalmente recoberta com plano de retirada posterior. A paciente evoluiu com melhora da disfagia.
DISCUSSÃO
As estenoses por doenças esofágicas benignas podem ser duradouras, complicadas e seu manejo pode estar associado a resultados insatisfatórios. A maioria dos casos têm boa resposta à terapia com IBP e a dilatações endoscópicas seriadas. Na refratariedade do tratamento com dilatações, é possível associar a injeção de corticoides e a injeção de mitomicina C. Se mesmo assim a estenose segue refratária e continua gerando sintomas ao paciente, deve-se considerar a colocação de prótese esofágica totalmente reversível, tal qual ocorre em estenoses mais longas e na terapia endoscópica incisional nas estenoses pontuais ou curtas.
CONCLUSÃO
O uso de próteses esofágicas autoexpansíveis apresenta um papel importante no manejo da estenose esofágica benigna refratária ao tratamento com dilatações endoscópicas seriadas.

Área

Endoscopia - Miscelânea

Autores

Caroline Borges de Castro, João Hélio Alves Marciano Neto, Luma Homem de Jesus, Gustavo Gonzales Real