Dados do Trabalho
Título
Apresentação Atípica de GIST Gástrico - Relato de Caso
Resumo
Apresentação do caso
Paciente do sexo feminino, 70 anos, admitida em hospital de emergência em 22 de Junho de 2022 com dor abdominal superior há cerca de um mês associada a vômitos e inapetência. Tomografia realizada ambulatorialmente evidenciou formação sólido-cística intimamente relacionada à parede anterior do estômago. Submetida a Laparotomia Exploradora, observada tumoração em pequena curvatura gástrica com diâmetro aproximado de 5 centímetros em seu maior eixo (móvel, mas com aderências para o fígado), com gastrectomia em cunha, tendo boa evolução pós-operatória. Histopatológico evidencia presença de células fusiformes, compatível com Tumor Estromal Gastrointestinal (GIST), porém análise imuno-histoquímica da peça sem expressão de CD117;
Discussão
GISTs são as neoplasias mesenquimais mais comuns do aparelho digestivo. Tendo sido antes classificados erroneamente como Leiomiomas e Leiomiossarcomas devido à presunção de que estes eram originários do tecido muscular liso; agora sabe-se que os GISTs representam um tipo distinto de tumor procedente das Células Intersticiais de Cajal (células “marca-passo” localizadas no plexo mioentérico digestivo). Embora este tipo de tumor possa ser encontrado em qualquer lugar do trato gastrointestinal, aproximadamente 50% deles são gástricos; aparecendo tipicamente em maiores de 50 anos. Os GISTs frequentemente apresentam um padrão de crescimento extralumial com necrose central.
O principal marcador dos GISTs é a expressão acentuada do Antígeno CD117 (KIT), um Receptor da Tirosina Quinase que encontra-se aumentado em aproximadamente 95% dos GISTs. A maioria dos GISTs que não possuem o KIT, apresentam uma mutação no Receptor Alpha do Fator de Crescimento Derivado de Plaquetas (PFAGRA).
Para tumores localizados, a ressecção cirúrgica é o tratamento de escolha, sem linfadenectomia (visto que sua via de disseminação é tipicamente hematogênica). Portadores de tumores avançados são elegíveis ao tratamento adjuvante com Imatinibe (um Inibidor da Tirosinaquinase), a depender do tamanho e taxa mitótica (fatores de risco para recorrência).Também pode ser aplicado no tratamento neoadjuvante de tumores irressecáveis.
Comentários Finais
No caso em questão; vemos um GIST apresentando-se sem seu marcador imuno-histoquímico mais característico, bem como em apresentação cística. Não foi indicada terapia adjuvante em virtude da ausência de expressão do CD117.
Área
Cirurgia - Estômago
Autores
José Arthur Dantas Balduíno, João Pedro de Moraes Ferreira, Lo-amy David de Oliveira Silva, Caio Ribeiro Maranhão Leite, Tulio Arcoverde do Nascimento, Tulio Silva Freira, Dmitry José de Santana Sarmento, Edson Silva Guimarães, Giulia Lopes Carvalho, Mateus Brito Farias, Jonatas Eliatan Batista de Queiroz