XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Síndrome de Mirizzi: Relato de Caso

Resumo

Apresentação do Caso: Paciente, C.M., 47 anos, sexo masculino, procurou consultório médico apresentando dor, em hipocôndrio direito, de forte intensidade, apresentando náuseas, vômitos e hiporexia. Foi realizado endoscopia digestiva de forma que não apresentou alterações, então foi solicitado uma ultrassonografia abdominal total no qual foi constatado Síndrome de Mirizzi tipo I. Apresentava também leucocitose de 16 mil/mm3 sendo 10% de bastonetes. Foi indicado colecistectomia com exploração das vias biliares e colocado um dreno tubular. Paciente evoluiu bem no pós operatório, recebeu alta hospitalar no 1º dia de pós operatório com retorno em consultório em 1 semana. No retorno foi realizado colangiografia, comprovado via biliar pérvia, sendo assim retirado o dreno. O paciente teve um novo retorno com 40 dias de pós-operatório, tendo uma evolução satisfatória sem apresentar complicações. Discussão: A Síndrome de Mirizzi é definida pela compressão do ducto hepático comum devido a presença de cálculos biliares localizados no ducto cístico ou no colo da vesícula biliar que podem evoluir para fístula colecistobiliar. Os sintomas são: Dor abdominal, icterícia, náusea, vômitos, colangite, anorexia, sinal de Murphy positivo com duração de 3 – 24 meses. As alterações laboratoriais são: leucocitose, aumento dos níveis de ALT e AST, o aumento da bilirrubina e o aumento de Gama GT. Os exames de imagem permitem concluir o diagnóstico sendo a Ultrassonografia e Tomografia não indicados devido à baixa sensibilidade. Assim, é indicado a Colangiopancreatografia Retrógrada Endoscópica (CPRE) e a Colangiorressonância. A CPRE é considerada o método padrão ouro, pois é um método diagnóstico e terapêutico. A Colangiorressonância é o método preferencial por ser não invasivo, porém não é terapêutico. O tratamento indicado ao caso apresentado é a colecistectomia clássica aberta ou colecistectomia subtotal, essa última em casos em que a sintomatologia é muito intensa. Comentários Finais: A Síndrome de Mirizzi, apesar de pouco frequente, é um diagnóstico diferencial que sempre deve ser considerado, devido a necessidade de assistência e tratamento cirúrgico precoce para evitar o agravamento do quadro. Além disso, é importante dispor de recursos para sua investigação, pois, como pode ser visto no caso relatado mesmo com uma clínica pouco sugestiva, o exame de imagem foi de extrema importância para a conclusão do diagnóstico.

Área

Gastroenterologia - Pâncreas e Vias Biliares

Autores

Chrystian Coelho Lemes, Caroline Vioto Teixeira, Vinícius Denepotti Nogueira, Helen Brambila Jorge Pareja, José Antônio de Oliveira Júnior, Rodrigo Tavore Strasser, Joyce Saab, Andrey Júnior de Ávila Magalhães