Dados do Trabalho

Título

Regiões Brasileiras com maior prevalência de tuberculose miliar nos últimos 5 anos

Resumo

Introdução: A tuberculose (TB) apresenta importante impacto socioeconômico e reflete o estágio de desigualdade social e precariedade da saúde no Brasil. A tuberculose miliar geralmente é uma complicação extrapulmonar rara, ocasionada pela deglutição de escarro infectado, sendo a região ileocecal o sítio de maior comprometimento.
Objetivos: Analisar o perfil epidemiológico das regiões brasileiras com maiores taxas de infecção por tuberculose miliar.
Métodos: Este é um estudo epidemiológico, descritivo e retrospectivo, com coleta de dados obtidos Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS), durante o período de setembro de 2017 a setembro de 2022, utilizando as variáveis faixa etária, região, óbitos, internações e taxa de mortalidade.
Resultados: No período de 2017 a 2022 foram registradas 3.393 internações no Brasil por tuberculose extrapulmonar com faixa etária de 30 a 39 anos mais prevalente, compondo cerca de 20,3% dos casos. A região sul é mais prevalente, com 2,46, a cada 100 mil habitantes, seguida pelo Norte com 1,95. O Nordeste apresentou o menor índice, com 1,08. Quanto a mortalidade, 456 óbitos, sendo 330 do sexo masculino (72%) e 126 do sexo feminino (28%). A região Sul apresentou a maior taxa de óbitos, com 0,32, seguida pela Norte com 0,31. A menor taxa de mortalidade foi encontrada no Nordeste, com 0,13.
Conclusão: As cinco regiões do Brasil apresentam distintos cenários de tuberculose miliar, tendo contribuído para dificuldades no controle da doença. Essas diferenças devem ser levadas em consideração a fim de adaptar as medidas de controle da tuberculose a esses cenários. Algumas variáveis que influenciam a dinâmica da doença são intrínsecas e difíceis de contornar, enquanto outras, como os indicadores de desempenho das atividades propostas pelo PNCT (Programa Nacional de Controle da Tuberculose) e implementadas nas unidades de APS, podem e devem ser modificadas.