XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Comparação de técnicas de reconstrução após gastrectomia distal para câncer gástrico: uma revisão sistemática

Resumo

Introdução: O aumento da incidência de câncer gástrico tornou a gastrectomia distal uma cirurgia cada vez mais comum. Junto a ela, as reconstruções do trato digestivo Billroth-I (BI), Billroth-II (BII) e Roux-en-Y (RY) surgem para melhorar a qualidade de vida do paciente, possuindo, cada uma, as suas peculiaridades. Objetivo: Comparar cada técnica em relação às características, eficácia e os efeitos de cada uma com base em estudos recentes. Metodologia: Trata-se de uma revisão sistemática em que foram realizadas buscas nas bases Pubmed, BVS e SciELO por ensaios clínicos randomizados publicados entre 2017 e 2022 que compararam as técnicas BI, BII e RY após gastrectomia distal. Os resultados passaram por seleção independente por dois autores com o uso do software Rayyan, e conflitos foram solucionados por um terceiro investigador. Posteriormente, ocorreu a avaliação do risco de viés por dois pesquisadores independentemente por meio da ferramenta Cochrane Risk of Bias 2. Em seguida, foi realizada a extração de dados através do software Excel (2017). Cinco ensaios clínicos randomizados foram incluídos. Resultados: A reconstrução BI apresenta menor tempo de operação e menor perda sanguínea que a técnica RY. No mesmo sentido, RY em comparação com BII tem maior tempo operatório. No entanto, em relação à perda sanguínea, não há diferença entre esses métodos. Quanto aos resultados pós-operatórios, o tempo de internação, a morbidade e as complicações foram semelhantes entre as técnicas BI, RY, BII e BII + Braun. Em relação às complicações gastrointestinais, a incidência de refluxo, refluxo biliar e de gastrite foi maior em BII e BII + Braun em comparação com RY e a gravidade da gastrite foi mais leve na técnica RY do que em BI e BII. Ainda, BII é associada a alterações histológicas e refluxo alcalino, um fator de risco para câncer de coto gástrico. Quanto ao pH estomacal, pacientes submetidos à RY apresentaram menor pH que aqueles que realizaram BII e BII + Braun. Nos indicadores nutricionais, a recuperação do nível de pré-albumina e de hemoglobina e a diminuição do nível de ferritina após BI foi melhor do que após BII + Braun e RY. Conclusão: As anastomoses BI e RY apresentaram resultados favoráveis. A menor relação de RY às complicações gastrointestinais contribui para uma melhor qualidade de vida. Já BI é rápida e vantajosa para a melhora do estado nutricional. Assim, cabe aos cirurgiões conhecerem os métodos e escolherem o mais adequado para cada situação.

Área

Cirurgia - Estômago

Autores

Bruna Rutiele Santos de Santana, Clara Maria Vitória Araújo, Luís Felipe Gomes Reis de Moraes, Juliana Mattei de Araújo, Luigi Carlo da Silva Costa