XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

USO DE TERAPIA ENDOSCÓPICA À VACUO NO AUXÍLIO DO TRATAMENTO DE FÍSTULA TRAQUEOESOFÁGICA EXTENSA APÓS POLITRAUMA: UM RELATO DE CASO

Resumo

APRESENTAÇÃO DO CASO: Paciente masculino, 45 anos, vítima de politraumatismo em janeiro de 2022 com necessidade de intubação orotraqueal prolongada e traqueostomia, em março realizada endoscopia e evidenciava fístula traqueoesofágica extensa em esôfago cervical, com aproximadamente 4,0 x 1,5 cm de extensão, realizada então instalação de sonda para terapia de vácuo endoscópico. Paciente foi então transferido para nossa unidade e após avaliação da equipe de cirurgia torácica, ficou acordado que a correção cirúrgica da lesão deveria ser realizada 02 meses após o diagnóstico e que deveria ser mantido o vácuo na tentativa de reduzir a lesão. Foram realizadas então endoscopias seriadas a cada 07 dias, com troca da sonda, sendo a última delas no final do mês de abril, com a retirada do vácuo devido desconforto do paciente e presença de 02 úlceras esofágicas, fístula evidenciava importante redução do seu tamanho, apresentando agora 2,5 x 1,5 cm. Após duas semanas, paciente foi submetido a traqueoplastia e esofagorrafia com sucesso. Última endoscopia realizada em agosto sem evidência de orifício fistuloso e observado apenas retração da mucosa esofágica onde foi realizada a correção cirúrgica. DISCUSSÃO: A terapia endoscópica a vácuo como tratamento de fístulas pequenas e recentes já está bem estabelecida, nesse caso podemos avaliar também seu benefício lesões maiores, promovendo substancial redução do orifício fistuloso, melhorando as condições cirúrgicas locais, facilitando a abordagem cirúrgica, resultando em um procedimento com menor morbidade. O seu uso reduz a quantidade de secreção local, favorecendo a cicatrização da mucosa. Todavia, ressaltamos que, como nesse caso, o uso prolongado esteve relacionado com aparecimento de úlceras esofágicas, sendo importante um acompanhamento endoscópico dos pacientes na vigência da terapia. COMENTÁRIOS FINAIS: Concluímos então que os benefícios da terapia endoscópica á vácuo são promissores no tratamento de fístulas extensas e que novos estudos devem ser realizados a fim de comprovar e estabelecer tempo de uso para que lesões secundárias a terapia não estejam presentes.

Área

Endoscopia - Endoscopia digestiva alta

Autores

ISABELLE PINA de ARAÚJO, MARIANA MACHADO LABRE, NATHÁLIA CARVALHO FERNANDES, WESLEY SOUZA CASTILHO, FANNY GONÇALVES MORAIS LEITE, EDUARDO HENRIQUE FERREIRA BAFUTTO, Daniela Medeiros Milhomem Cardoso, Américo de Oliveira Silvério