XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

APENDICITE AGUDA EM LACTENTE DE 6 MESES: UM RELATO DE CASO

Resumo

APRESENTAÇÃO DO CASO:
P.A.C, sexo masculino, 6 meses de idade. Deu entrada no Pronto-Socorro trazido pela mãe, com relato de 4 episódios de vômito há 1 dia e cólica abdominal. Ao exame físico, o paciente apresentava-se choroso, com abdome distendido doloroso à palpação superficial e profunda, Blumberg positivo no ponto de McBurney , sem outros sinais de irritação peritoneal. Nos exames laboratoriais apresentou hemograma com leucocitose de 14.000 com desvio à esquerda e proteína C reativa de 40mg/L. Foi solicitado ultrassonografia de abdome total, cujos achados correspondiam a um apêndice não compressível com diâmetro transversal maior que 6mm, paredes com espessura maior que 2,5mm e hiperecogenicidade, sugestivo de apendicite aguda. Foi constatada apendicite fase I realizado apendicectomia.
DISCUSSÃO:
A apendicite aguda corresponde a uma inflamação do apêndice cecal, que ocorre por obstrução do mesmo, ela é mais comum a partir da 2° década de vida, e em pacientes menores de 6 meses é rara, correspondendo a menos de 1% dos casos totais, principalmente porque os lactentes possuem o apêndice com base alargada e menor propensão a oclusão. Além disso, os principais desencadeadores da doença em crianças são a redução da perfusão sanguínea intestinal, distensão do ceco e sepse, porém, o paciente na maioria das vezes cursa com uma sintomatologia inespecífica, como distensão abdominal, vômitos e perda de peso, dificultando assim o diagnóstico imediato. Soma-se a isso, o fato dos pacientes serem pouco colaborativos cuja demora em estabelecer o diagnóstico aumenta o risco de perfuração do apêndice para até 80% nessa faixa etária. Dessa forma, é importante ressaltar que apesar do diagnóstico de apendicite ser clínico, nesse caso, é importante lançar mão dos exames laboratoriais e de imagem, como a ultrassonografia, visto que eles podem auxiliar no esclarecimento da doença e corroborar para o tratamento adequado.
COMENTÁRIOS FINAIS:
Por fim, como dito anteriormente, a apendicite não é comum nessa idade, porém não pode ser descartada, tendo em vista que o potencial de agravamento da doença é alto, podendo até levar à morte. No caso em questão, o paciente apresentava apenas vômitos e distensão abdominal, por isso, faz-se necessário um exame clínico minucioso, aliado aos exames complementares quando necessário. Sendo assim, esse relato tem o objetivo de discutir sobre a doença e esclarecer sobre a importância de identificá-la corretamente e estabelecer o tratamento adequado.

Área

Cirurgia - Intestinos

Autores

MÍRIAN SANTOS DA SILVA, GUSTAVO CHULUK SOARES, MARCELO MARTINS DE MOURA, MATHEUS MAGALHÃES DE OLIVEIRA, ANA CAROLINA TEIXEIRA BASTOS, NATHÁLIA SILVA RODRIGUES, JUAN MATSUO HORI EÇA, URIEL PIRES DOS SANTOS, AMANDA SILVA LIMA, YANCA ALVES SANTOS, KASSIELY CORDEIRO SILVA, RONY DOS ANJOS SILVA JUNIOR, JESSICA DOS SANTOS CAIRO, CARLOS DIOGO SCOPEL, ISAAC VINHAS DUTRA, ROBERTA MARA CORREIA LIMA, ÍTALO EDUARDO SANTIAGO BARRETO, JOANNA PEREIRA ARAÚJO SILVEIRA, ANTÔNIO CARLOS DOS SANTOS FILHO, PEDRO HENRIQUE SOUZA GOMES, GUSTAVO BANDEIRA ALENCAR FILHO, MAURÍCIO ALAN BOMFIM DE SOUZA