Dados do Trabalho
Título
RELATO DE CASO: HEMORRAGIA DIGESTIVA ALTA DE ETIOLOGIA DIVERTICULAR APÓS BYPASS GÁSTRICO
Resumo
APRESENTAÇÃO DO CASO: Paciente feminina, 67 anos, admitida em um pronto-socorro (PS) da cidade de Curitiba, em agosto de 2022, encaminhada do ambulatório de cirurgia geral por quadro de melena há 1 ano com piora há 1 mês, associada a síncope, astenia e 1 episódio de hematêmese. Relato de necessidade de múltiplas internações para transfusões sanguíneas nesse período, em hospital de cidade de origem. Relato de bypass gástrico há 5 anos em serviço externo, sem acompanhamento ambulatorial. Admitida em regular estado geral, hipotensa e hipocorada, com dor abdominal à palpação difusa. Exames laboratoriais mostravam anemia grave. Iniciada transfusão de hemoderivados e encaminhada a UTI após estabilização. Realizou endoscopia digestiva alta (EDA) que demonstrou múltoplos divertículos em alça alimentar com sangramento recente mas sem sinais de sangramento ativo. Manteve episódios diários de sangramento digestivo com necessidade de hemotransfusão, sendo submetida a intervenção cirúrgica. Nesta, visualizados múltiplos divertículos em alças alimentar, biliopancreática e comum. Realizada EDA intraoperatória que mostrou sinais de sangramento ativo em divertículos de alça alimentar. Procedeu-se a gastrectomia parcial do estômago excluso, enterectomia abrangendo toda alça alimentar e parte das alças biliopancreática e comum, reconstrução do baypass gástrico em Y de Roux (BGYR), vagotomia troncular e colecistectomia. Apresentou boa evolução pós operatória, revebendo alta hospitalar no 11º. Retornou ao ambulatório sem queixas e com boa evolução. DISCUSSÃO: As complicações após BGYR incluem sangramento, vazamento, infecção da ferida, tromboembolismo venoso, estenose anastomótica e úlcera marginal. O sangramento tardio (> 30 dias) é extremamente raro, e pode surgir até 25 anos após o procedimento, sendo causas comuns gastrite significativa, úlceras marginais na gastrojejunostomia, úlceras na bolsa, estômago remanescente gástrico ou duodeno. A terapia com injeção de epinefrina pode ser usada para o controle inicial de uma lesão hemorrágica ativa e para melhorar a visualização da lesão. As indicações tradicionais para cirurgia incluem mais de 6 unidades de sangue, instabilidade hemodinâmica, sangramento contínuo por mais de 72 horas ou ressangramento de mais de 24 horas. COMENTÁRIOS FINAIS: O caso relatado diferencia-se dos casos mais comuns de HDB por sua apresentação clínica secundária a divertículos presentes em alças intestinais do BGYR.
Área
Cirurgia - Estômago
Autores
Rebeca Trevisan Iurkiewiecz , Rafaella Monteiro Barbosa, Harlan Jay de Oliveira Santos , Lucas Aurelio Fonseca Favero, Monica Oenning Schmoeller Rohden