XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

RESULTADOS DE REABORDAGEM EM FALHA DE ANASTOMOSES COLORRETAL OU COLOANAL: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA E METANÁLISE

Resumo

O estudo tem como objetivo realizar revisão de literatura para avaliar os resultados pós-operatórios, taxas de sucesso e resultados funcionais da reconfeccção da anastomose colorretal ou coloanal tradicional e anastomose coloanal tardia (pull-through). A pesquisa seguiu o protocolo PRISMA, registrado na base PROSPERO. A revisão sistemática e metanálise teve como critérios de inclusão: Adultos; pacientes submetidos à colectomia com anastomose primária, colorretal ou coloanal; estudos que avaliam os resultados pós-operatórios; estudos longitudinais. A busca de foi realizada nas bases PubMed, Embase, Cochrane (CENTRAL) e LILACS. Os números absolutos para parâmetros de resultado foram extraídos e analisados com o software STATA (StataCorp LLC; Texas, EUA; 16.0). A meta-regressão foi usada para identificar covariáveis que poderiam influenciar os desfechos. Inicialmente, foram identificados 1.002 artigos nas bases de dados. Após os exames, 62 artigos foram avaliados quanto à elegibilidade e 11 foram selecionados por preencherem critérios. Apenas estudos observacionais foram selecionados. Nos estudos, a população variou de 7 a 78 pacientes. A média de idade entre 51 a 62 anos e o seguimento médio de 11 a 37 meses. Complicações pós-operatórias foram relatadas em 9 estudos, sendo peritonite, necrose, fístula ileal, abscesso pélvico, lesão ureteral, deiscência e fístula anastomótica. A taxa de complicações pós-operatórias foi de 40% (IC 95%: 40 a 50%; I2 78,47%). No subgrupo, a taxa de complicação da técnica pull-through foi de 51% (IC 95%: 0,35 a 0,65; I2: 25,53%), e a taxa de reconfecção de anastomose tradicional foi de 35% (IC 95% 0,22 a 0,47; I2: 82,57%). A incontinência fecal foi relatada em 9 estudos em 24% dos pacientes (IC 95%: 0,1 a 0,39; I2: 93,64%). A taxa de incontinência do subgrupo pull-through foi de 18% (IC 95%: 0,1 a 0,26), e a anastomose colorretal e coloanal tradicional foi de 28% (IC 95%: 0,1 a 0,47). A taxa geral de pacientes livres do estoma foi de 82% (IC 95% 0,75 a 0,90; I2: 87,89%), sendo que o subgrupo pull-through foi de 81% (IC 95%: 0,72 a 0,91), e a anastomose tradicional de 83% (IC 95%: 0,73 a 0,93). Reconfecção de anastomose colorretal e coloanal são estratégias para reconstrução de trânsito intestinal. O sucesso depende dos riscos de morbimortalidade, probabilidade de ficar livre de estomia ao final da terapia, qualidade de vida e avaliação funcional. A radioterapia, a idade e a técnica cirúrgica podem influenciar os resultados.

Área

Cirurgia - Intestinos

Autores

Ricardo Purchio Galletti, Gabriel Andrade Agareno, Vitor Pelogi Arienzo, Phelippe Fabrini Santos Lucas, Isabela Roskamp Sunye, Elis Nogara Lisboa, Julia Grams Quintas, Barbara Buccelli Colonno, Lucas Abreu Sesconetto, Francisco Tustumi, Rafael Benjamin Rosa da Silva