XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

RELATO DE CASO: PSEUDOCISTO PANCREÁTICO DRENADO POR VIA TRANSGÁSTRICA ATRAVÉS DE VIDEOLAPAROSCOPIA

Resumo

APRESENTAÇÃO DO CASO: Paciente masculino, 59 anos, admitido em um hospital de Curitiba (PR), julho de 2022, por quadro de dor abdominal associada a náusea e inapetência. Apresentava dois internamentos no mesmo serviço no último mês com o diagnóstico de pancreatite aguda de etiologia não definida. Dados vitais na admissão eram estáveis. O abdome era levemente doloroso à palpação difusa. Prescreveu-se jejum e analgesia. Observou-se nos exames laboratoriais aumento de amilase, lipase, fosfatase alcalina e gama-GT. Uma ressonância magnética (RM) realizada no atendimento há 1 semana demonstrava coleção organizada adjacente a porção anterossuperior do pâncreas medindo 15,4x6,3x6,9cm (volume 348,1cm³). Após controle álgico, não foi possível progressão de diata via oral devido a retorno de sintomas, com necessidade de início de dieta enteral. Realizada tomografia computadorizada (TC) no 11º dia, onde visualizou-se cisto pancreático causando grande compressão gástrica, com paredes bem formadas. No 17º dia realizou-se intervenção cirúrgica com drenagem transgástrica de pseudocisto pancreático videolaparoscópica e colecistectomia, sem intercorrências. Teve boa evolução no pós-operatório, necessitando de desbridamento e lavagem endoscópicos. DISCUSSÃO: O pseudocisto corresponde a uma coleção de líquido encapsulado, localizado no tecido peripancreático. Desenvolve-se em 15% dos pacientes. Possui etiologia alcoólica em 70-78% dos casos. São únicos em cerca de 90% dos casos. Seu tamanho variar entre 1 e 30 cm e seu volume entre 50 e 6.000 ml. Na maioria dos casos são assintomáticos. Deve-se suspeitar de pseudocisto se o episódio de pancreatite não resolver e persistir nível elevado de amilase. A ultrassonografia é 70-90% sensível na detecção de pseudocisto pancreático. A TC ou RM auxilia melhor na definição da coleção de fluidos. A colangiopancreatografia endoscópica (CPRE) é o padrão-ouro. O tratamento invasivo deve ser reservado para pseudocistos sintomáticos ou complicados. Uma das opções de intervenção é a drenagem cirúrgica, cistogastrostomia aberta e laparoscópica, a qual envolve a criação de uma anastomose entre o lúmen do pseudocisto e o estômago ou intestino delgado. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O caso relata a formação de um pseudocisto decorrente de pancreatite de uma etiologia desconhecida, a qual teve uma abordagem cirúrgica pouco utilizada.

Área

Cirurgia - Pâncreas

Autores

Rebeca Trevisan Iurkiewiecz, Monica Oenning Schmoeller Rohden, Rafaella Monteiro Barbosa, Harlan Jay de Oliveira Santos, Lucas Aurelio Fonseca Favero