Dados do Trabalho
Título
Diagnóstico e tratamento de Doença de Crohn (DC) em paciente pediátrico - um relato de caso
Resumo
Apresentação do Caso
Feminina, 15 anos, com história médica de transtorno do espectro autista, infecções do trato urinário de repetição, incontinência urinária. Doença de Crohn diagnosticada em 2015 através de colonoscopia que evidenciou colite a esclarecer em descendente; microcolonoscopia que demonstrou alterações inflamatórias crônicas acentuadas com componente agudo associado a folículo linfóide de padrão reacional em mucosa colônica descendente; alterações inflamatórias crônicas moderadas com componente agudo associado a folículos linfóides de provável padrão reacional em mucosa colônica de sigmóide e reto; PCDAI: 17,6 pontuando em perda de peso, VHS, dor abdominal moderada/grave que interefere nas atividades diárias; Laboratório com elevacão de marcadores inflamatórios (calpronectina, VHS, PCR). Atualmente a doença é não estenosante, não penetrante, com fístula retovaginal, sem déficit de crescimento, boa resposta ao uso de azatioprina.
Discussão
A DC é uma doença inflamatória do trato gastrointestinal (TGI) de caráter incapacitante e progressivo, podendo estar associada a manifestações extraintestinais. Normalmente é diagnosticada antes dos 40 anos, mas pode estar presente também na infância. Sua apresentação clínica é semelhante em ambos, contudo geralmente ela possui uma evolução mais extensa e agressiva na infância: possui mais complicações (como a formação de fístulas); apresentações específicas da idade (como retardo mental e déficit no desenvolvimento); e com maior frequência envolve o TGI superior. Suspeita-se da DC quando inicialmente há uma combinação de sintomas e achados de marcadores inflamatórios anormais, com posterior endoscopia e avaliação histopatológica de biopsia escalonadas do TGI inteiro. No tratamento deve ser levado em consideração os riscos e benefícios, o grau de atividade da doença e a resposta ao medicamento. Dentre os principais representantes no tratamento está as tiopurinas, que na infância apresentam uma resposta mais benéficas na manutenção da remissão (até por diminuir o uso de esteroides); a exemplo do caso apresentado, que apresentou uma boa resposta ao tratamento com a azatioprina, sem a necessidade do uso de biológicos.
Comentários Finais
As DII devem compor o diagnóstico diferencial e serem investigadas não só em adultos, mas também em crianças que apresentem sintomas gastrointestinais. Dessa forma, o tratamento deve ser pensado de forma que cause menor impacto no desenvolvimento infantil.
Área
Gastroenterologia - Gastropediatria
Autores
Mariana Frassetto Velho, Edmundo Damiani Bertoli, Plinio Cesar Dias Cardoso