Dados do Trabalho

Título

1,8 milhão de herniorrafias inguinais realizadas no Brasil em 14 anos e o impacto da pandemia de Covid-19 no número de internações, na mortalidade e nos custos desses procedimentos

Resumo

Introdução
As hérnias inguino-crurais apresentam elevada incidência e a correção cirúrgica é o tratamento de escolha. As herniorrafias são procedimentos cirúrgicos comuns, sendo a via de acesso aberta escolha na maioria dos procedimentos. A pandemia do COVID reduziu o número de procedimentos cirúrgicos eletivos realizados no Brasil, entre eles as herniorrafias.

Objetivos
Avaliar dados referentes às herniorrafias inguinais realizadas no Brasil entre 2008 e 2022.
Analisar o impacto da pandemia de Covid-19 no número de herniorrafias realizadas anualmente.

Método
Realizou-se análise dos dados sobre herniorrafias inguino-crurais realizadas entre janeiro de 2008 e junho de 2022 pelo Sistema Único de Saúde. Número de procedimentos, vias de acesso, custos de internação e mortalidade foram avaliados. Os dados foram obtidos a partir do Observatório de Política e Gestão Hospitalar da Fiocruz. Os critérios de busca estabelecidos foram: herniorrafia inguinal laparoscópica, herniorrafia inguinal bilateral e herniorrafia inguinal/crural unilateral.

Resultados
Em 14 anos, foram realizadas 1.870.709 herniorrafias inguinais no Brasil, sendo 1.858.458 por via aberta (99,34%) e 12.251 por via laparoscópica (0,65%), somando um custo de cerca de um bilhão de reais (R$ 999.403.037,86) e 2.302 óbitos. Durante a pandemia entre 2020 e 2022, foram feitos 228.192 reparos de hérnias inguinais, 44% menos que no triênio anterior. O número de óbitos durante a pandemia (442) também foi menor em comparação ao triênio anterior (527), porém semelhante aos outros triênios.

Conclusão
A herniorrafia inguinal convencional é a mais utilizada pelos cirurgiões brasileiros. O período da pandemia por COVID-19 resultou em uma redução de 44% nos procedimentos realizados no Brasil.