XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

RELATO DE CASO: “SÍNDROME SUMP” EM UMA PACIENTE DE 76 ANOS

Resumo

APRESENTAÇÃO DO CASO: Paciente feminina, 76 anos, encaminhada ao ambulatório de hepatologia de um hospital de Curitiba (PR) por história de icterícia e anemia. Teve dois internamentos prévios por pancreatite. Anteriormente havia realizado apendicectomia, colecistectomia e derivação biliodigestiva. Possuía uma ultrassonografia (USG) de abdome prévia sem alterações. Retorna após 3 meses com dor abdominal em mesogástrio com irradiação para hipocôndrio direito, tipo cólica, que aumentava após se alimentar. Associava ao quadro perda de peso não quantificada. Após 12 dias retorna sem queixas e exame físico semelhante. Buscou atendimento em pronto-socorro do mesmo serviço após 5 meses com dor abdominal de início há 30 dias, associada a inapetência. Dados vitais na admissão estáveis. Observou-se dor à palpação em epigástrio, mesogástrio, hipocôndrio esquerdo e flanco esquerdo. Solicitados exames laboratoriais que estavam sem alterações e tomografia computadorizada (TC) de abdome que demonstrou pneumobilia. Recebeu alta hospitalar com prescrição de inibidor de bomba de prótons. Retornou ao ambulatório com Endoscopia Digestiva Alta (EDA) evidenciando pangastrite enantematosa moderada, status pós enteroanastomose em bulbo e teste de urease negativo. DISCUSSÃO: A “Síndrome Sump” é uma rara complicação cirúrgica da coledocoduodenostomia. Ocorre pela formação de um "reservatório" na porção distal do ducto biliar comum após a realização da anastomose coledocoduodenal látero-lateral, resultante do acúmulo de detritos ou cálculos próximos à papila duodenal. O quadro clínico é caracterizado pela colangite recorrente. A Colangiopancreatografia Retrógrada Endoscópica (CPRE) é essencial no diagnóstico definitivo, e é um procedimento considerado como escolha terapêutica. No caso relatado não foi realizado este procedimento ao considerar que a paciente possuía alto risco, e por isso optou-se por orientação de medidas dietéticas, priorizando a alimentação pastosa, a fim de evitar a entrada de alimentos na região anastomótica. Raio-X, USG e TC podem auxiliar na suspeita diagnóstica. COMENTÁRIOS FINAIS: Relatar um caso de “Síndrome Sump”, por ser uma entidade rara e com diagnóstico desafiador, agrega conhecimento médico ao auxiliar em futuras avaliações e condutas, além de contribuir para o processo de ensino e aprendizagem.

Área

Gastroenterologia - Fígado

Autores

Bruno Rodrigues da Silva, Rafaella Monteiro Barbosa, Gabriela Sulzbach Solanho, Isabela Maestri, Uriah Martelli Glaza, Kelre Wannlen Campos Silva Araújo , Carlos Roberto Naufel Júnior