Dados do Trabalho
Título
A IMPORTÂNCIA DA TERAPIA NUTRICIONAL NO DESFECHO DO PACIENTE CIRÚRGICO: UM RELATO DE CASO
Resumo
A obstrução do intestino delgado responde por até 5% das admissões por dor abdominal e até 16% das causas cirúrgicas, tendo como etiologia mais comum as aderências pós operatórias. A desnutrição é um problema considerável em pacientes cirúrgicos, já que acomete de 22 a 58% dos casos, aumentando os gastos hospitalares, tempo de internação e predisposição a complicações. Sabendo disso, o manejo nutricional deve ser iniciado ainda no pré operatório para prevenir a desnutrição ou de minimizar seus efeitos. Relatamos o caso de uma paciente, feminina, 19 anos, admitida devido a dor e distensão abdominal associadas à parada da eliminação de flatos e fezes há 3 dias, com história pregressa de prematuridade extrema e atresia esofágica, com realização de correção cirúrgica no primeiro ano de vida. Ao exame físico, abdome distendido, sem ruídos hidroaéreos, com hipertimpanismo, com dor difusa á palpação, a Tomografia Computadorizada de abdome evidenciava distensão intestino delgado com múltiplos níveis hidroaéreos. Optou-se por tratamento com uso de sonda nasogástrica (SNG) em drenagem, jejum, analgesia e hidratação sem sucesso. A paciente foi submetida a laparotomia exploradora para lise de aderências e evoluiu com íleo adinâmico, que teve melhora por instituir a nutrição parenteral associada a procinéticos, correção hidroeletrolítica e fisioterapia motora. Foi optado pela estabilização inicial, com ressuscitação volêmica, analgesia, jejum e uso de SNG em drenagem, embora sabe-se que a terapia conservadora está associada ao risco de obstrução recorrente de 12% em 1 ano e 20% em 5 anos, quando causada por aderências. Além disso, pacientes com quadros de obstrução podem apresentar-se desnutridos ou progredirem desfavoravelmente no perioperatório. Devido a isso, é recomendável que o paciente tenha precocemente uma via alimentar. Pois a terapia nutricional se destaca como medida importante para a recuperação no pós operatório, e quando introduzida adequadamente muda o desfecho causado pelo intenso catabolismo do trauma sofrido pelos pacientes cirúrgicos. Diante do caso relatado é possível concluir que embora inicialmente o tratamento conservador seja benéfico, o tratamento cirúrgico não devendo este ser postergado. Além disso, o manejo do paciente com adequação nutricional está relacionado com a diminuição dos gastos hospitalares, do tempo de internação, com melhor resposta imunológica, melhor cicatrização e menor ocorrência de infecções e de íleo metabólico.
Área
Cirurgia - Intestinos
Autores
JOAO PAULO PINHEIRO ORTEGA, Ana Carolina BETTO CASTRO, FERNANDO APARECIDO PAZINI, HELENA VARAGO ASSIS, ISABELLA MARIA COSTA DA CUNHA ORTEGA, LETICIA ALMEIDA BENTO PEREIRA, MARCEL AROUCA DOMENICONI, RAFAEL LUIS LUPORINI