Dados do Trabalho
Título
Fístula colo-vaginal após tratamento oncológico: um relato de caso
Resumo
APRESENTAÇÃO DO CASO: MSF, feminino, 57 anos, tabagista há 30 anos, nuligesta e com diagnóstico prévio de Carcinoma Epidermóide do Colo Uterino estádio 2B (Outubro 2020). Realizou tratamento radio e quimioterápico seguido de braquiterapia, finalizado em Fevereiro de 2021 com seguimento clínico oncológico. Há cerca de três meses apresentou dor abdominal em cólica sem outros sintomas associados. Em consulta na rede básica de saúde recebeu o diagnóstico de diverticulite aguda, iniciando tratamento antimicrobiano. No dia 23/06/22, uma semana antes da internação, procurou pronto-socorro por episódio de fezes pela vagina, logo após foi hospitalizada para maior investigação. À internação, em tomografia de abdome, foi evidenciado extravasamento do contraste retal por trajeto fistuloso entre sigmoide e a cúpula vaginal/topografia do colo uterino.Sendo então, indicado pela equipe de coloproctologia correção cirúrgica. Durante o procedimento cirúrgico realizou-se sigmoidectomia com confecção de colostomia terminal de cólon descendente e sepultamento de coto retal, seguida de fechamento do defeito na parede posterior da cúpula vaginal e interposição de epiplon a necessidade de colostomia. Paciente apresentou boa evolução pós-operatória, ferida operatória com bordos coaptados, colostomia funcionante e diurese preservada e sem particularidades. Recebeu alta hospitalar e segue em acompanhamento com grupo de ostomizados e ambulatório de coloproctologia. DISCUSSÃO: Incomum, a fístula retovaginal é uma conexão epitelizada anormal entre o reto e a vagina. Pode ocorrer devido a traumatismos obstétricos, sua causa mais comum, mas também por inflamação do cólon sigmóide e após tratamento com radio, braqui ou quimioterapia para neoplasias de útero, cólon e reto. Tal diagnóstico causa sintomas significativos, tais como: saída de conteúdo entérico e flatos pela vagina, assim como vaginite e dispareunia.COMENTÁRIOS FINAIS: O relato em questão traz um achado de fístula colo-vaginal como complicação pós- tratamento para um Carcinoma epidermóide do colo uterino. Apesar do alto índice de recidivas, a terapia cirúrgica tem se mostrado como um dos melhores manejos. O trabalho com uma equipe multidisciplinar também é essencial para o manejo e sucesso da causa.
Área
Cirurgia - Cólon
Autores
Isabela Oliveira de Miranda, Débora Gottardo Morello, Talita Vila Martins, Altair Ramos Junior, Matheus Biolchi dos Santos