XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Clostridioides difficile como diagnóstico diferencial de atividade clínica na Retocolite Ulcerativa

Resumo

Introdução: A infecção por Clostridium difficile é crescente problema de saúde e tem sido associado com alta mortalidade e custos elevados. Pacientes com DII têm mais que o dobro de chance de serem diagnósticos com C. difficile quando comparados à população em geral, portanto, a infecção deve ser sempre descartada na agudização. Os infectados têm duas vezes mais chance de necessitar de colectomia de emergência comparados aos não infectados, além de maior mortalidade e recorrência. Objetivos: Discutir a importância do diagnóstico diferencial entre atividade clínica e infecção por C. difficile em paciente com retocolite ulcerativa (RCU). Metodologia: Relato do caso e revisão de literatura.
Relato de Caso: ABPC, 59 anos, diagnóstico de RCU e fibrilação atrial há cinco anos, em uso de antiarrítmico e betabloqueador. Diarreia há três meses, dor abdominal, urgência evacuatória, tenesmo, queda do estado geral e náuseas. Fez uso de mesalazina, prednisona 60 mg/dia e antibióticos, sem melhora do quadro. Colonoscopia de outro serviço com atividade moderada em transverso, descendente, sigmoide e reto (Mayo 2), pesquisa para antígeno do C. difficile positivo. Paciente foi internado para antibioticoterapia (ciprofloxacino e metronidazal) oral, corticoterapia, cultura de fezes, coprograma e pesquisa de toxina A e B do C. difficile. Nova colonoscopia evidenciou pancolite moderada com presença de edema, enantema, erosões e pseudomembranas, sugestivo de colite pseudomembranosa (Figura 1). Frente à não melhora do quadro, optou-se pela troca para vancomicina oral 125 mg 6/6h. Evoluiu com melhora clínica e recebeu alta hospitalar com mesalazina 4,8 g/dia, prednisona 40 mg/dia e probiótico. Exame proctológico de controle evidenciou retossigmoidite difusa leve (Figura 2). Anatomopatológico com criptite, microabscessos de cripta, epitélio de revestimento íntegro e granulomas ausentes, parasitas ausentes. Dois meses após a alta paciente retornou ao ambulatório em uso de mesalazina, assintomático. Conclusão: A infecção por C. difficile deve ser sempre considerada como diagnóstico diferencial nos portadores de DII, principalmente nos pacientes com colite aguda grave. A presença da infecção está associada com aumento da morbidade e mortalidade, o que mostra a importância do diagnóstico e tratamento adequados.

Área

Gastroenterologia - Intestino

Autores

Danielle Kellen Penha Mahon, Tamiris Marques Pereira, Fernanda Patricia Jeronymo Pinto, Natalia Queiroz Prado Bittencourt, Lívia Cafundó Almeida, Ada Alexandrina Brom dos Santos Soares, Gabriel S. Thiago Cavalleiro, Rayssa Kethlyn Alves Campos, Talles Bazeia Lima, Rogerio Saad Hossne, Julio Pinheiro Baima, Ligia Yukie Sassaki