Dados do Trabalho
Título
RESULTADO CATASTRÓFICO DE UMA COLECISTECTOMIA – RELATO DE CASO
Resumo
Homem, 54 anos, sem comorbidades,submetido a colecistectomia laparotômica eletiva em outro serviço e encaminhado no sexto dia de pós operatório com história de distensão, dor abdominal e drenagem de secreção biliosa no dreno de vigilância. Na entrada encontrava-se taquicárdico, abdome doloroso à palpação, mais intensa em quadrante superior direito, sem peritonite. Apresentava aumento dos marcadores inflamatórios e na tomografia externa evidenciado bilioma. Iniciado tratamento clínico com antibioticoterapia, porém paciente evolui com piora do estado geral e peritonite, sendo indicado laparotomia. Identificado grande quantidade de bile e lesão em ducto biliar, não sendo possível identificar topografia exata pelo processo inflamatório. Optado por lavagem, nova drenagem da cavidade e reanimação em terapia intensiva. Paciente apresentou melhora clínica, no sétimo dia de pós-operatório evoluiu com drenagem de secreção biliosa pelo dreno, mantido tratamento expectante, porém devido a refratariedade do quadro e aumento das drenagens, indicado abordagem cirúrgica. Identificado necrose de via biliar envolvendo ductos hepáticos direito, esquerdo e colédoco proximal, não identificado artéria hepática direita por provável lesão prévia. Identificado 3 ductos biliares acessórios no leito hepático, sem isquemia, sendo realizado anastomose hepatobileodigestiva em Y de Roux. Paciente evoluiu bem, mantendo drenagem biliosa com baixo débito, recebendo alta para seguimento ambulatorial. Dois meses depois, retorna com quadro de anemia importante, sendo diagnosticado múltiplos abscessos hepáticos em lobo direito. Iniciado antibioticoterapia para controle de infecção e planejamento de nova abordagem, porém paciente evoluiu com choque séptico refratário, indo a óbito
As lesões de vias biliares são raras. Podem ser classificadas pela sua localização, tipo de lesão e associação com lesão vascular. Metade delas podem ser resolvidas através de intervenção endoscópica, porém em alguns casos é necessário intervenção cirúrgica para derivação da via biliar, hepatectomia ou transplante hepático. A anastomose intra-hepática é complexa, exigindo identificação de ductos biliares bem vascularizados, podendo ser realizada com segurança.
As lesões biliares são complexas. Sua correta identificação e classificação auxiliam na escolha do melhor tratamento. A conduta ideal para cada tipo de lesão ainda gera discussões, sendo considerada um desafio cirúrgico até mesmo para equipes experientes
Área
Cirurgia - Fígado
Autores
Marco Aurélio Leão Beltrami, Marco Aurélio Leão Beltrami, Nicolas Pivoto , Nicolas Pivoto , Lara Silva Paixão, Lara Silva Paixão, Alexis Coelho Aguiari, Alexis Coelho Aguiari, Claudia Nishida Hasimoto, Claudia Nishida Hasimoto, Juan Carlos Llanos, Juan Carlos Llanos, Walmar Kerche de Oliveira, Walmar Kerche de Oliveira, Bárbara Parente Coelho, Bárbara Parente Coelho