XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Resultados tardios de 131 pacientes submetidos a hemorroidectomia.

Resumo

Introdução
A doença hemorroidária(DH) é uma das doenças mais comuns na população geral, sendo uma das principais afecções anorretais. A avaliação dos sintomas do paciente, de suas comorbidades e expectativas, associadas ao exame proctológico, guiarão a escolha entre as diferentes opções terapêuticas. A hemorroidectomia é considerada o tratamento mais eficaz para a DH avançada, com maiores taxas de sucesso e menores de recorrência, porém associa-se a dor e recuperação mais prolongada, pondendo incluir complicações precoces, como dor intensa e sangramento, e tardias, como fissura, estenose e incontinência anal.

Objetivo
Avaliar os resultados em longo prazo após tratamento cirúrgico da doença hemorroidária por hemorroidectomia, incluindo complicações, recidiva de sintomas e necessidade de procedimento ambulatorial ou reoperação, correlacionando tais dados com aspectos demográficos, clínicos pré-operatórios, aspectos perioperatórios e pós-operatórios.

Método
Trata-se de estudo analítico de uma série de casos retrospectiva. Foram avaliados pacientes submetidos a hemorroidectomia entre fevereiro de 2014 e janeiro de 2022. Foram excluídos pacientes sem registros de consulta pré-operatória, descrição cirúrgica ou exame anatomopatológico, pacientes submetidos exclusivamente a outras técnicas cirúrgicas para o tratamento da doença hemorroidária ou com seguimento pós-operatório inferior a 6 meses.

Resultados
A análise de 131 pacientes submetidos a hemorroidectomia demonstrou: técnicas de Ferguson (90,1%) e Milligan Morgan (9,9%), com 3 mamilos excisados em 41,2%. Procedimentos concomitantes incluíram ligadura cirurgica (15,3%) e PPH (6,1%) para DH e excisão de plicoma (18,3%). As complicações pós operatorias mais frequentes foram plicoma residual (39,9%), dor (21,4%), fissura anal (14,5%) e sangramento (13,7%). Complicações tardias com necessidade de tratamento cirúrgico para estenose anal ocorreram em 0,8% e para fissura anal, em 3,1%. Apenas 2,3% necessitaram de reabordagem para DH após recidiva e 2,3% aguardam procedimento após indicação, indicando taxa de sucesso estimada em 95% dos pacientes sem indicação de reabordagem cirúrgica da DH.

Conclusão
Demonstrado o benefício bem estabelecido das técnicas de Ferguson e Milligan Morgan para tratamento da DH com mínimas taxas de reabordagem cirúrgica por recidiva ou complicações tardias, sendo plicoma residual, dor, fissura e sangramento as principais complicações referidas, com manejo predominantemente clínico.

Área

Cirurgia - Cólon

Autores

Nathália Camin Calixto Sarroche da Silva, José Américo Bacchi Hora, Luna Serena Arguelho Pereira, Carlos Frederico Sparapan Marques, Sérgio Carlos Nahas