Dados do Trabalho

Título

Gastrectomia total de urgência por GIST ulcerado sangrante de transição esôfago-gástrica

Resumo

Apresentação do caso:
Paciente do sexo feminino, 43 anos, em investigação de quadro de dor abdominal e anemia, evolui com quadro de hemorragia digestiva alta, necessitando hemotransfusões de repetição. Endoscopia com grande quantidade de sangue e lesão ulcerada sangrante, sem sucesso em controle endoscópico. Tomografia de abdome apresentou volumosa lesão em transição esofagogástrica. Por refratariedade de tratamento, foi submetida a gastrectomia total e esofagojejunoanastomose em Y de Roux. Teve boa evolução em pós-operatório. A biopsia e imunohistoquimica evidenciaram a presença de neoplasia de células fusiformes, com margens proximais e distais livres de neoplasia, expressando CD117 e CD34 positivo difuso, característico dos Tumores estromais gastrointestinais (GIST).
Discussão:
GIST são neoplasias mesenquimais raras do trato gastrointestinal, acometendo mais frequentemente estômago, porções de jejuno e íleo. Com maior prevalência em idosos, acabam sendo diagnosticados de forma incidental, a partir de apresentações clínicas que variam a depender da localização do tumor primário, sendo os sintomas compressivos como vômitos, obstrução ou icterícia mais comuns que os sangramentos. Quando existe disseminação metastática, é mas comum em fígado, omento e peritônio. O diagnóstico é suspeitado por Tomografia e exames endoscópicos, sendo a biópsia reservada para quadros de irressecabilidade ou doença metastática. A confirmação diagnostica é estabelecida através da histopatologia, imunohistoquimica e identificação de mutações características, sendo o antígeno CD117 positivo em mais de 95% dos casos. A terapêutica de escolha para os GIST é a remoção cirúrgica completa, não sendo necessária linfadenectomia. Após, na vigência de fatores de alto risco, relacionados ao tamanho do tumor e a sua taxa proliferativa, deve ser ofertada a terapia adjuvante para os mesmos. A localização da junção esofagogástrica determina dificuldade técnica em virtude da possibilidade de estenose da mesma, sendo necessária gastrectomia total na impossibilidade de preservação da TEG.
Comentários finais:
Os tumores estromais gastrointestinais são causas raras de malignidade no trato gastrointestinal. A urgência cirúrgica por sangramento refratário, bem como a localização difícil tornou o caso especial e desafiador. Apesar de histopatológico com margens livres, o tamanho da lesão tornou a indicação de adjuvância com Imatinibe necessária, tendo a paciente boa evolução.