XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Colite pseudomembranosa recidivada em paciente imunossuprimida tratada com Rifaximina: Relato de caso.

Resumo

APRESENTAÇÃO DO CASO:
Feminina, 70 anos, com hipertensão arterial, hipotireoidismo, doença renal crônica em diálise peritoneal, mieloma múltiplo em quimioterapia. Internação por COVID-19 em Janeiro de 2022 com uso de antibiótico de amplo espectro. Em março iniciou com diarreia e exames de fezes apresentaram coprocultura e parasitológico negatvos e GDH e toxinas A e B positivos para Clostridioides difficile (CD). Em abril procurou a emergência com sepse de foco abdominal devido à colite por CD associado à celulite em membro inferior e bacteremia por Morganella morganii, tratadas com metronidazol e vancomicina endovenosos (EV), ceftazidima e vancomicina via oral (VO). Quinze dias após a alta, retorna com recidiva do quadro diarreico, hipotensa, desidratada. Pela suspeita de sepse associada, iniciado piperacilina-tazobactam, além de metronizadol EV e vancomicina VO. Logo após administração das medicações, iniciou com máculas eritematosas confluentes, formando rash morbiliforme difuso, edema periorbitário e prurido. Sem lesões bolhosas ou de mucosas. Biópsia das lesões foi compatível com farmacodermia secundária à vancomicina e metronidazol com necessidade de suspensão de ambos e início de corticoterapia 1mg/kg/dia. Houve melhora do quadro cutâneo porém com piora da diarreia. Realizada colonoscopia com evidência de pseudomembranas em todo cólon. Optado por iniciar rifaximina 550mg duas vezes ao dia associada à infusão de imunoglobulina EV duas vezes por mês. Após trinta dias, houve melhora clínica completa e retossigmoidoscopia flexível de controle com cicatrização das lesões. DISCUSSÃO: Idosos, imunossuprimidos e com uso recente de antibióticos estão sob maior risco de infecções pelo CD. No Brasil, atualmente, os antibióticos convencionais usados no seu tratamento são o metronidazol e a vancomicina. A fidaxomicina já é aprovada em outros países para tratar o CD, porém seu custo é bastante elevado e no Brasil só disponível através de importação. Novos medicamentos têm sido estudados como a rifaximina, disponível no Brasil desde 2021, que se mostra uma alternativa promissora com estudos mostrando redução da recorrência da infecção embora mais pesquisas precisem ser realizadas. COMENTÁRIOS FINAIS: Apresentamos um caso de paciente imunossuprimida com colite por C. difficile recidivada impossibilitada de terapia convencional devido a farmacodermia grave tratada com sucesso com rifaximina, a qual se mostrou eficaz e uma importante alternativa terapêutica.

Área

Gastroenterologia - Intestino

Autores

Mariana Frassetto Velho, Edmundo Damiani Bertoli, Karoline Kuhnen Fonseca, Marianges Zadrozny Gouvêa da Costa, Raquel Oliveira Corbellini Jacques, Livia Machado Scridelli, Monique Raddatz Reis Vilela, Sarah Sayuri Tiemi Rodrigues, Lucas Silveira Paegle, Angélica Seidel, Cleyton Gregory Silva, Rafaela Martelosso Secron, Lygia Goretti Bruggemann Peters