Dados do Trabalho
Título
Ressecção robótica de leiomioma da transição esofagogástrica
Resumo
Leiomiomas são os tumores benignos mais comuns do esôfago, sendo até metade deles assintomáticos e diagnosticados incidentalmente. Quando sintomáticos, podem causar disfagia, pirose ou, mais raramente, dor torácica e perda ponderal. O diagnóstico pode ser suspeito com endoscopia ou estudo contrastado, progredindo para tomografia, ultrassonografia endoscópica e biópsia, se necessário para confirmação.
O tratamento destas lesões é cirúrgico, indicado quando a lesão é sintomática, está em crescimento ou se há dúvida diagnóstica. Atualmente, a via minimamente invasiva é a preferencial, sendo por toracoscopia em lesões mais proximais ou laparoscópica, no caso de lesões distais.
Este caso trata de uma paciente de 58 anos com disfagia há 3 meses. Uma endoscopia mostrou mucosa normal com abaulamento na transição esofagogástrica. Prosseguiu-se com uma ultrassonografia endoscópica que mostrou uma lesão na camada muscular, hipoecoica e homogênea, sugestiva de leiomioma. E a tomografia de planejamento mostrou uma lesão anterior de 4cm na transição esofagogástrica. Foi indicada ressecção da lesão por via robótica, abdominal.
O procedimento se inicia com dissecção do hiato esofágico, iniciando-se no pilar diafragmático à esquerda, após à direita. Prossegue-se com dissecção do esôfago para facilitar mobilização abdominal do órgão e então se disseca a lesão, visualizada anteriormente no esôfago. Sutura-se então o defeito resultante na muscular esofágica, com suturas separadas de fio monofilamentar absorvível. Prossegue-se com a hiatoplastia posterior com uso de fio farpado em sutura contínua e, para finalização, realiza-se uma fundoplicatura de 360°, com fixação aos pilares do hiato esofágico.
A paciente evoluiu bem, com boa aceitação de dieta líquida no pós-operatório e resolução da disfagia. Conclui-se que a ressecção de leiomiomas esofágicos pode ser realizada com segurança por via minimamente invasiva e facilitada com auxílio da plataforma robótica, que permite melhor dissecção da lesão e grande facilidade nas suturas necessárias para correção do defeito muscular após a ressecção e para a confecção da fundoplicatura.
Área
Cirurgia - Esôfago
Autores
Rubens Antonio Aissar Sallum, Flávio Roberto Takeda, Leonardo Ervolino Corbi, Felipe Alexandre Fernandes, Rodrigo Nicida Garcia, Melissa Mello Mazepa, José Donizeti de Meira Junior, Ítalo Beltrão Pereira Simões, Camila Maria Arruda Vilanova de Câmara, Ivan Cecconello, Luiz Augusto Carneiro D'Albuquerque