Dados do Trabalho
Título
HIPERTENSÃO ARTERIAL EM PACIENTES COM MEGAESÔFAGO CHAGÁSICO
Resumo
Introdução A doença de Chagas (DC) possui significativa prevalência no Brasil, sobretudo na região Centro-Oeste. O megaesôfago chagásico (MC) se constitui em manifestação clínica relevante da DC. Os pacientes com megaesôfago chagásico podem apresentar comorbidades. A prevalência de hipertensão arterial em pacientes com megaesôfago chagásico em nosso meio não é conhecida. Obejtivo:Este estudo se propõe a avaliar a ocorrência de hipertensão arterial sistêmica (HAS) em pacientes portadores de esofagopatia chagásica, atendidos no Ambulatório de Chagas do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HC/FMUFG) e compará-las com a taxa de incidência desta afecção na população em geral.
Metodologia: Estudo retrospectivo avaliando dados clínicos obtidos em prontuários dos pacientes com megaesôfago chagásico atendidos no ambulatório de megaesôfago chagásico HC-UFG.
Resultados: Foram analisados 707 prontuários de pacientes com megaesôfago chagásico atendidos no ambulatório de megaesôfago chagásico HC-UFG, sendo que 546 preencheram o critério para inclusão no estudo, enquanto 161 tiveram que ser excluídos por incompletude de dados estatísticos essenciais ao estudo. Em relação à HAS, os pacientes apresentaram uma prevalência de 44,32% (IC95%: 40,21% - 48,51%) para todo o grupo e uma prevalência de 50,8% em pacientes com mais de 60 anos (IC95%: 44,23% - 56,97%). Em relação à terapia anti-hipertensiva utilizada pelos pacientes, observou-se que: 20% dos pacientes não estavam utilizando nenhuma medicação, 36,66% faziam uso de monoterapia, 33,33% faziam uso de terapia combinada com 2 medicações e 10% faziam uso de terapia combinada com 3 ou mais medicações. Em relação às classes medicamentosas mais utilizadas foram em ordem decrescente: 35% Bloqueadores dos receptores de Angiotensina II (BRAs), 22,5% Diuréticos Tiazídicos, 12,5% Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina (IECAs) e Betabloqueadores, 7,5% bloqueadores dos canais de cálcio (BCC) e por último com 5% os diuréticos de alça e a espironolactona. Conclusão: A ocorrência de hipertensão arterial em pacientes com megaesôfago chagásico é alta, semelhante à população em geral, conforme a idade. Os dados sugerem que a esofagopatia chagásica não influencia no desenvolvimento de hipertensão arterial.
Área
Gastroenterologia - Esôfago
Autores
PEDRO AVILA PERILLO, ARTHUR MAROT PAIVA, GABRIEL BAETA BRANQUINHO, DIOGO HENRIQUE SALIBA SOUZA, ENIO CHAVES OLIVEIRA, JOFFRE REZENDE FILHO