XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

RELATO DE CASO - RECIDIVA LINFONODAL DE INSULINOMA 15 ANOS APÓS ENUCLEAÇÃO DO TUMOR PRIMÁRIO

Resumo

APRESENTAÇÃO DO CASO: Homem, 42 anos, com antecedente de enucleação de insulinoma em cabeça pancreática. Manteve seguimento e 15 anos após, iniciou sonolência, letargia e síncope, que melhoravam após alimentação, caracterizados por hipoglicemia. Insulina sérica 67; peptídeo C 3,7; glicemia 68; HbA1c 4,7%. RM Abdome: Linfonodomegalia hipervascular no mesentério, inferiormente à flexura hepática do cólon, 1,6x1,5cm. 02 pequenos linfonodos hipervasculares periduodenais. PETCT: Hipercaptação anômala do radiofármaco: Linfonodomegalia pericólica inferior à flexura hepática, 1,4x1,1cm. TC Abdome: Linfonodomegalia no mesocólon à direita, 1,6x1,5 cm. Devido suspeita de metástases de insulinoma, previamente ressecado, indicado procedimento cirúrgico. No intraoperatório, evidenciado nódulo endurecido em topografia de mesocólon à altura de ângulo hepático, ressecado e enviado metade do mesmo para congelação (resultado: metástase de insulinoma). Outra metade enviada para anatomopatológico. Identificada área de ressecção prévia de insulinoma, sem sinais de recidiva local. Visualizados linfonodos em raiz de mesentério (2), mesocólon esquerdo e próxima à veia mesentérica inferior - ressecados. AP peças cirúrgicas: cromogranina +, sinaptofisina +, NSE +, CD56 +, insulina +, Ki67 positivo < 1%. Achados morfológicos e de imunohistoquímica: tumor neuroendócrino bem diferenciado (insulinoma). Paciente evoluiu bem, alta hospitalar no 4º dia PO, mantido seguimento ambulatorial, cessando sintomas hipoglicêmicos e regularização dos níveis de insulina e glicemia.
DISCUSSÃO: Insulinomas malignos do pâncreas (<10% dos casos) são tumores neuroendócrinos funcionantes, infrequentes, com rara ocorrência de metástase e recidiva descritas. Em geral, há indicação de ressecção cirúrgica (usualmente cirurgias poupadoras de parênquima), sem necessidade de linfadenectomia. Embora raros, existem relatos de recidiva tardia da doença após a ressecção do tumor primário, seja no pâncreas ou no fígado. No caso relatado, a raridade se impõe devido recidiva linfonodal, não localizada próxima ao pâncreas e 15 anos após enucleação da neoplasia primária.
COMENTÁRIOS FINAIS: Segundo a literatura, índice Ki67>10% é fator de risco independente para recorrência em TNE pancreáticos bem diferenciados após ressecção cirúrgica completa, entretanto, este não é o caso do paciente relatado, cuja imunohistoquímica da peça da enucleação evidenciou Ki67: 2%, corroborando com a raridade da evolução do caso.

Área

Cirurgia - Pâncreas

Autores

MARIANA ARAUJO SANTOS, BRUNO MENDONÇA GRILO, RAFAELLA ORLOW OLIVEIRA, ISADORA LAGRECA GARRAFA TREPTOW, LUIS ANTONIO CARÍCIO FONSECA, RONARA GOMES PAVONI, BIANCA GABRIELA CALSOLARI OLIVEIRA, GABRIEL SOUZA BRUM MARQUES ALMEIDA, ORLANDO RONDAN ZOTTI, FRANZ ROBERT APODACA TORREZ, EDSON JOSÉ LOBO