XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

ASSOCIAÇÃO ENTRE DIABETES MELITUS E MEGAESOFAGO CHAGÁSICO

Resumo

Introdução: A doença de Chagas (DC) é uma importante zoonose endêmica no Brasil, sendo o megaesôfago a manifestação digestiva mais comum. Diversos estudos buscaram caracterizar as comorbidades apresentadas por pacientes com a forma crônica da DC, em especial pacientes com diabetes mellitus (DM), todavia, nenhum diferenciou os pacientes portadores de megaesôfago chagásico.
Objetivo:Este estudo objetiva avaliar a ocorrência de DM em pacientes com megaesôfago chagásico, acompanhados no ambulatório de Chagas do HC-UFG.
Metodologia: Estudo observacional retrospectivo, com coleta de dados a partir de prontuários específicos de pacientes atendidos no ambulatório de doença de Chagas do HC/UFG. Dados adicionais foram coletados a partir de prontuários gerais dos pacientes junto ao SAMIS-HC UFG. Foram incluídos no estudo pacientes de ambos os sexos portadores de megaesôfago chagásico atendidos no período de 2005-2020 e excluídos prontuários que não constavam todos os dados necessários para a coleta.
Resultados: Foram analisados 707 prontuários de pacientes com megaesôfago chagásico atendidos no ambulatório de megaesôfago chagásico do HC/UFG, sendo que 546 preencheram os critérios para inclusão. A prevalência de DM na amostra foi 6,96% (IC95%- 5,11% - 9,41%). Quando avaliamos apenas pacientes acima de 60 anos, a prevalência de DM foi de 7,25% (IC 95%- 4,66% - 11,66%). Os pacientes com DM, 68% eram do sexo feminino e 32% do sexo masculino. A média de idade foi de 57,6 +/-9,6 anos. A média do índice de massa corporal foi de 27,4 +-4,6. Sobre o tratamento dos pacientes com diagnóstico de DM, 3 com insulinoterapia, sendo que 2 destes realizavam tratamento complementar com anti-diabético oral (ADO) e 1 utilizava apenas insulina. Dos demais pacientes, 32 utilizavam ADO e 3 não realizavam qualquer tipo de tratamento. Dos pacientes que realizavam terapia com ADO, a média de fármacos que utilizavam era de 1,33 para tratamento da DM. Com relação à classificação radiológica, 15 (39,4%) dos diabéticos eram do grupo I, 15 (39,4%) do grupo II, 5 (13,1%) do grupo III e 3 (8,1%) do grupo IV.
Conclusão: A DM se constitui em uma comorbidade com prevalência importante em pacientes com megaesôfago por DC. Pacientes com esofagopatia chagásica apresentaram menor prevalência da DC quando se compara com a população em geral, em especial quando se avalia pacientes idosos.

Área

Gastroenterologia - Esôfago

Autores

GABRIEL BAETA BRANQUINHO, ARTHUR MAROT PAIVA, PEDRO AVILA PERILLO, DIOGO HENRIQUE SALIBA SOUZA, JOFFRE REZENDE FILHO