Dados do Trabalho

Título

Assistência ao paciente com Doença Inflamatória intestinal no Amazonas

Resumo

Introdução: A doença inflamatória intestinal (DII) é uma condição crônica de etiologia ainda desconhecida, representada pela doença de Crohn (DC) e colite ulcerativa (CU). É considerada um grande problema de saúde pública, devido à crescente incidência e ao impacto que gera na qualidade de vida dos pacientes, sendo capaz de afetá-los socialmente, psicologicamente e profissionalmente. Apesar de ser intensamente estudada nos últimos anos, os dados epidemiológicos ainda são escassos no Brasil. Objetivo: contribuir para a melhoria da qualidade da assistência na prática clínica ao paciente com DII e para a educação permanente dos profissionais de saúde. Método: foi realizado um estudo retrospectivo dos prontuários de pacientes com diagnóstico endoscópico de DII, e analisadas as seguintes variáveis: demográficas, gênero, laboratoriais e medicações em uso. Resultados: Foram avaliados 50 pacientes, destes 42 tinham diagnóstico de CU e 8 de DC. As razões de incidência feminina e masculina foram 32 (72%) e 18 (28%) respectivamente. A mediana de idade foi de 39 anos, variando de 17 a 67 anos, sendo a média de 38,5 anos. Do total, 36 (72%) são procedentes da cidade de Manaus. Desses pacientes, 16 eram tabagistas e 13 usavam anti-inflamatório não esteroidal. Considerando essa população de pacientes, 6 deles tinham história familiar presente na fisiopatologia e 33 deles passaram por algum evento estressante. Endoscopicamente a maioria apresentou pancolite (25), seguidos de colite esquerda (9), retossigmoidite (4) e proctite (4). Em relação aos marcadores inflamatórios a proteína C reativa elevou-se em 40 pacientes e a velocidade de hemossedimentação elevou em 12 pacientes. A maioria apresentava 9 pontos na escala clínica de Mayo. Os pacientes usavam mesalazina (30), sulfassalazina (6), azatioprina (8) e imunobiológico (6). Conclusão: Houve predomínio de pessoas com CU, de meia-idade, do sexo feminino e maioria era de Manaus. Foi frequente a associação com eventos, predominando endoscopicamente quadros de pancolite. A mesalazina foi o medicamento mais utilizado. Apesar de algumas limitações, este estudo fornece uma análise de dados epidemiológicos que podem ser úteis para a implementação de abordagens clínicas mais adequadas à realidade dos pacientes atendidos no estado do Amazonas.