Dados do Trabalho
Título
Terapia com Golimumabe para tratamento de manifestação intestinal em paciente com espondilite anquilosante
Resumo
Apresentação do Caso: Fem, 31 anos, espondilite anquilosante (EA) axial diagnosticada em 2019, associada a quadro de diarreia, estufamento e dor abdominal. Iniciou uso de secuquinumabe para tratamento da EA com remissão de todos os sintomas, porém, após 1 ano e meio apresentou atividade da doença articular e intestinal, com diarreia intermitente, sem sangue, com muco, urgência evacuatória, dor e distensão abdominal. Colonoscopia de 2020 dentro da normalidade. Anatomopatológico com ileíte em atividade com acúmulos linfoides e colite crônica em atividade com criptite. Neste contexto, como não havia critérios suficientes para o diagnóstico de DII, foi optado por prescrever antiparasitário e antibioticoterapia. Avaliada pela Reumatologia, associou prednisona 5mg e sulfassalazina para atividade articular. Um mês após a introdução das medicações, paciente apresentava remissão clínica intestinal, porém permanecia com atividade articular, sendo mantido o corticoide e otimizada dose de secuquinumabe para quinzenal. No retorno com a Gastroenterologia em maio/2022, relatou perda de 5kg/6 meses e alternância dos sintomas, permanecendo alguns meses assintomática e outros com astenia, urgência fecal e diarreia. Além disso, relatou que devido manutenção dos sintomas de EA estava em uso de 20mg de prednisona com melhora parcial do quadro articular. Nova colonoscopia sem alterações. Em conjunto com a Reumato foi confirmado o diagnóstico de EA com manifestação extra-articular (intestinal). Neste contexto, a Reumatologia diminuiu a dose de corticoide para 10mg/d e, em junho/2022 realizou o switch de secuquinumabe para golimumabe para cobertura articular e intestinal. Paciente retornou em consulta com remissão intestinal e articular. Discussão: Pacientes com EA ou outras doenças articulares imunomediadas podem apresentar manifestação intestinal, interpretada como manifestação extra-articular. Mesmo sem a confirmação diagnóstica da DII, os pacientes podem se beneficiar de uma terapia que apresente ação articular e intestinal, como a terapia anti-TNF. No presente caso a paciente entrou em remissão articular e intestinal com uso do golimumabe. Comentários Finais: É fundamental que gastroenterologistas conheçam as possíveis manifestações intestinais que outras doenças ocasionam e saibam discernir qual doença precipita os sintomas, com o objetivo de realizar terapia adequada para melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
Área
Gastroenterologia - Intestino
Autores
ADA ALEXANDRINA BROM DOS SANTOS SOARES, LÍVIA CAFUNDÓ ALMEIDA, LARISSA ROSEIRO, FRANCIELEN FURIERI RIGO, TAMIRIS MARQUES PEREIRA, ROGERIO SAAD HOSSNE, JULIO PINHEIRO BAIMA, LIGIA YUKIE SASSAKI