XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Leiomiossarcoma gástrico, relato de caso

Resumo

APRESENTAÇÃO
Paciente masculino 65 anos, com epigastralgia há 2 meses. Antecedente de hipertensão e acidente vascular cerebral isquêmico há 6 anos. Realizado endoscopia digestiva alta identificado lesão ulcerada recoberta por fibrina, bordos elevados em parede anterior de grande curvatura de corpo gástrico e infiltração local. A biópsia da lesão com imunohistoquímica resultado reagente à desmina e actina de músculo liso, negativos para CD34, proteína S-100 e CD117, confirmando leiomiossarcoma gástrico. Estadiamento oncológico com tomografia de abdome evidenciou lesão de 8,2 por 5,7cm em corpo alto - diagnóstico diferencial GIST. Optado por tratamento videolaparoscópico com estadiamento intra-operatório, realizado gastrectomia subtotal e reconstrução em Y de Roux. Estadiamento anatomopatológico: pT2a pN1. No momento paciente há 17 meses em acompanhamento oncológico.
DISCUSSÃO
Os leiomiossarcomas são raros, com incidência de 1% dos tumores do sistema digestivo, maior prevalência no estômago (47%). O diagnóstico clínico, dentre vários sintomas, desde epigastralgia a quadros de sangramento digestivo seguido de perda ponderal, em exame físico pôde-se identificar massas palpáveis. O exame para o diagnóstico definitivo sem dúvidas é a endoscopia com biópsia complementada pela imunohistoquímica. Uma vez o diagnóstico feito segue-se a investigação com estadiamento oncológico através do exame de imagem (ultrassonografia/tomografia computadorizada de abdome). Metástases são raras em outros órgãos. O tratamento é cirúrgico com margem de segurança além da linfadenectomia locorregional uma vez que trata-se de tumor de crescimento incerto e sem resposta à quimioterapia.
COMENTÁRIOS FINAIS
Apresentamos caso de leiomiossarcoma gástrico de corpo, neoplasia rara de aspecto macroscópico semelhante às demais lesões estromais e o diagnóstico definitivo se conclui pelo estudo imunohistoquímico. A ressecção da lesão coloca-se como tratamento definitivo uma vez que não responde ao tratamento quimioterápico mesmo com uso de inibidores de tirosina quinase como os demais tumores estromais. O prognóstico dos pacientes com leiomiossarcoma é incerto, apresentam sintomatologia ampla tendo muitas vezes um diagnóstico mais tardio, corroborando para maior risco de metástase.

Área

Cirurgia - Estômago

Autores

Cássia Caroline Emilio, Juliana Megumi Maciel Arie, Bárbara Bárbara Mançor Lacerda Silva, Thiago Azevedo Raphael Leite, Pedro Luiz Bertevello