Dados do Trabalho
Título
Linfoma gástrico perfurado: relato de caso
Resumo
Apresentação do caso: Paciente feminina, 33 anos, iniciou quadro de dor epigástrica de piora progressiva em 3 dias, náuseas e vômitos. Faz uso de escitalopram para ansiedade generalizada, sem antecedentes neoplásicos em parentes de primeiro grau. Ao exame físico, encontrava-se taquicárdica e dor abdominal difusa com peritonite, tomografia de abdome mostrou pneumoperitônio moderado, sugestão de úlcera gástrica perfurada e espessamento parietal do antro gástrico até duodeno. Submetida a laparotomia exploradora, com achado de perfuração na região de antro gástrico e lesão na incisura angular. Optado por realização de gastrectomia parcial em Y de Roux. Paciente evoluiu sem intercorrências, recebendo alta no quarto dia de pós operatório. Anatomopatológico da peça cirúrgica evidenciou neoplasia maligna ulceroinfiltrativa do antro gástrico e imunoistoquímica com linfoma difuso de grandes células B, tipo centrogerminativo, com CD20 e CD10 positivos e alta expressão de Ki67.
Discussão: A doença ulcerosa péptica tem prevalência de 1,5-3% e pode ter como causas infecção por Helicobacter pylori, malignidade e estresse agudo. Dentre suas complicações tem-se a perfuração gástrica, que está entre as emergências cirúrgicas mais comuns em todo mundo e tem elevada taxa de mortalidade. O linfoma gástrico corresponde a 5% das neoplasias gástricas, podendo causar doença ulcerosa péptica. O subtipo difuso de grandes células B é o mais comum, acometendo mais homens acima da quinta década de vida. Os sintomas gerais são dor epigástrica, perda ponderal e sangramento digestivo, e os sintomas B ocorrem em cerca de 12% dos casos. O diagnóstico padrão-ouro é por biópsia por endoscopia digestiva alta e o local mais acometido é o antro gástrico. O tratamento ideal envolve quimioterapia/radioterapia e erradicação da H. pylori. Na imunoistoquimica, a superexpressão de Ki67 é sugestiva de linfoma difuso de grandes células B.
Comentários finais:O linfoma difuso de grandes células B representa 31% dos linfomas não-Hodgkin, um grupo heterogêneo de neoplasias malignas linfocitárias com envolvimento extranodal frequente, sendo o trato gastrointestinal o local mais comum. A gastrectomia não é o tratamento de escolha para a doença, porém como a paciente em questão apresentou quadro de emergência cirúrgica, foi realizada a ressecção da lesão e posterior seguimento oncológico com hematologista
Palavras-chave: linfoma gástrico, úlcera gástrica perfurada
Área
Cirurgia - Estômago
Autores
rodrigo chini, Eudardo Garcia Pacheco, Luiza Ochi Delmonaco, Leonardo Keize Hissayassu, Valeira Santos Costa