XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Leiomiossarcoma de Esôfago: Relato de Caso

Resumo

Apresentação do caso: Paciente masculino, 56 anos, encaminhado ao serviço de Cirurgia do Aparelho Digestivo por disfagia progressiva e emagrecimento de cerca de 10 kg em 4 meses. Realizou endoscopia digestiva alta, a qual evidenciou lesão vegetante, friável, a 30 cm da arcada dentária superior e de 6 cm de extensão, com estenose luminal, sem impedir a passagem do aparelho. Avaliações anatomopatológica e imuno-histoquímica foram compatíveis com neoplasia maligna fusocelular de alto grau. Foi submetido a esofagogastrectomia com toracotomia a Igor Lewis, com anatomopatológico de peça cirúrgica evidenciando leiomiossarcoma de esôfago. Evoluiu com fístula na anastomose esofagogástrica, sendo manejado de forma conservadora com boa resposta. Paciente recebeu alta hospitalar e mantém acompanhamento ambulatorial.
Discussão: O leiomiossarcoma de esôfago é uma patologia rara, representando menos de 1% dos tumores esofágicos. Ainda que a mortalidade seja elevada, os leiomiossarcomas guardam melhor prognóstico quando comparados aos tumores escamosos do esôfago. O paciente descrito apresentava dados epidemiológicos e sintomas que vão ao encontro ao registrado em literatura, por se tratar de homem, na quinta década de vida, apresentando disfagia, com lesão em terço distal de esôfago, vista em endoscopia digestiva alta. Por sua baixa incidência, a maioria dos estudos relatando sarcomas esofágicos são relatos de casos, não sendo possível a definição da melhor estratégia de tratamento, tornando o uso de terapia neo e adjuvante ainda incerta. Entretanto, a ressecção completa do tumor, com margens livres, mostrou-se o tratamento de escolha, com aumento da sobrevida a longo prazo.
Comentários finais: O manejo do leiomiossarcoma de esôfago é baseado no tratamento cirúrgico. A extensão da ressecção, a necessidade de ressecção linfonodal e a necessidade da associação de tratamento adjuvante ou neoadjuvante permanecem incertos, visto que é patologia de pouca frequência com literatura escassa. O manejo deve ser individualizado e realizado em serviços de referência.

Área

Cirurgia - Esôfago

Autores

Gabrielle Aguiar Varaschin, Celina Pereira Hallal, Edmundo Reategui Navarro Neto, Nelson Guardiola Meinhardt, Hamilton Cardoso Hilgert, Maurício Jacques Ramos