Dados do Trabalho

Título

Associação entre sintomas intestinais e a COVID-19: um estudo prospectivo de coorte em pacientes hospitalizados com doença moderada a severa.

Resumo

Introdução: Sintomas intestinais, como diarreia, tiveram uma maior prevalência durante o surto de coronavírus 2019 (COVID-19). A correlação entre a intensidade desses sintomas e o prognóstico da doença ainda não foi definida. Ademais, tem sido reportada uma maior prevalência de sintomas gastrintestinais no pós- COVID-19. Objetivo: Analisar a correlação entre potenciais fatores e a intensidade da diarreia durante a COVID-19, além de compreender a progressão dos sintomas intestinais no pós-COVID-19. Métodos: trata-se de um estudo longitudinal prospectivo de coorte que incluiu 109 pacientes com COVID-19 moderada a grave, que foram internados entre maio e julho de 2021 no Hospital Universitário Wálter Cantídeo- UFC. Os pacientes foram entrevistados acerca da presença e da intensidade de sintomas intestinais durante a COVID-19 e 3-6 meses após a alta hospitalar, por meio do questionário Gastrointestinal Symptom Rating Scale. Dados demográficos e clínicos foram obtidos e suas correlações com a intensidade dos sintomas intestinais foram examinadas. Resultados: A presença de diarreia intensa correlacionou-se significativamente (p<0,05) com uma maior necessidade de suporte ventilatório (Diarreia intensa: 94% vs. Sem diarreia intensa: 62%) e uso de anticoagulantes (Diarreia intensa: 76% vs. Sem diarreia intensa: 52%), mas não de antibióticos (Diarreia intensa: 94% vs. Sem diarreia intensa: 92%). Além disso, houve aumento significativo (p<0,05) da sensação de evacuação incompleta (COVID- 19= 1.3±0.1* vs.pós- COVID-19 = 2.7±0.3*) após a alta hospitalar, mas não diarreia, constipação ou dor abdominal. Conclusão: Estes resultados sugerem que a intensidade da diarreia durante a COVID-19 pode ser associada a um pior prognóstico da doença e que existe o desenvolvimento de sintomas intestinais no pós- COVID- 19. A cronicidades destes sintomas intestinais deve ser avaliada para melhorar o tratamento de pacientes com COVID-19. Apoio financeiro: CAPES e CNPq