XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Doenças hepáticas observadas pela ultrassonografia nos pacientes com Doença Inflamatória Intestinal

Resumo

Introdução: A Doença Inflamatória Intestinal (DII), que abrange Doença de Crohn (DC) e Retocolite Ulcerativa (RCU), pode estar associada a manifestações hepáticas, como Doença Hepática Gordurosa Não Alcoólica (DHGNA), Cirrose Hepática, Litíase Biliar e Fenômenos Tromboembólicos Hepáticos¹. Frente à alta prevalência de alterações hepáticas nos pacientes com DII, a ultrassonografia se apresenta como ferramenta versátil e efetiva para a identificação dessas alterações, possibilitando o diagnóstico precoce e a instituição imediata de tratamento, evitando-se o aparecimento de complicações relacionadas a desfechos desfavoráveis. Objetivo: Avaliar a prevalência de doenças hepáticas através de ultrassonografia hepática em pacientes com DII. Método: Estudo de centro único, transversal, realizado com pacientes do ambulatório de DII de hospital terciário. Foram utilizados dados clínicos e sociodemográficos, avaliação da atividade inflamatória, testes bioquímicos e ultrassonografia hepática com Doppler. A análise estatística foi descritiva, com utilização de testes de associação e regressão logística. Resultados: No total, 168 pacientes foram recrutados, e 30 foram excluídos por não terem realizado ultrassom. Dentre os 138 pacientes incluídos, 64,49% eram do sexo feminino, idade média 45,55±14,17 anos. Em relação à parte clínica, apresentaram IMC médio de 26,92±5,07kg/m², e a comorbidade mais frequente foi a HAS (23,19%). No contexto da DII, 63 (45,65%) apresentavam DC, e 75 (54,35%) RCU. A maior parte dos pacientes estava em remissão clínica (58,39%) e endoscópica (52,55%). Após caracterizar o perfil bioquímico dos pacientes, observou-se associação entre a presença de doença hepática nos seguintes exames: TGO, TGP, hematócrito, hemoglobina e glicemia de jejum. Dentre as alterações observadas pela ultrassonografia, destaca-se a presença de esteatose hepática em 58 pacientes (42,03%), sendo classificada em leve (36,21%), moderada (46,55%) e intensa (17,24%). Além do mais, sete pacientes apresentaram coledocolitíase (4 RCU e 3 DC) e três apresentaram hepatopatia crônica. Não foram identificados sinais de trombose em veias porta, mesentérica superior e esplênica. Conclusão: Foi identificada alta prevalência de DHGNA dentre os pacientes com DII, e baixa prevalência de outras doenças hepáticas como coledocolitíase ou doença hepática crônica. Observou-se associação entre exames bioquímicos hepáticos e glicemia de jejum e a presença de doença hepática.

Área

Gastroenterologia - Intestino

Autores

Daniel Natan Shintaku, Ana Carolina Barbosa de Oliveira, Marina Amorim Lopes, Ellen Cristina Souza de Oliveira, Giédre Soares Prates Herrerias, Giovana Rodrigues Godoi, Natália Salvador Castelhano, Rodrigo Fedatto Beraldo, Walnei Fernandes Barbosa, Ligia Yukie Sassaki