XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Espectro da Telangiectasia Hemorrágica Hereditária (Síndrome de Rendu-Osler-Weber): série de 4 casos

Resumo

Apresentação dos casos: Caso 1: Mulher, 51 anos, com epistaxe de repetição e anemia ferropriva grave. Havia telangiectasias em língua e cavidade oral e à Endoscopia Digestiva Alta (EDA) angiodisplasias gástricas. Tratada com reposição de ferro e sessões de eletrocoagulação com plasma de argônio (APC). Caso 2: Mulher, 33 anos, dor em hipocôndrio direito, epistaxe recorrente e telangiectasias mucocutâneas. Apresentava elevação de enzimas hepáticas de padrão colestático e sinais de hipertensão portal (HP). Tomografia computadorizada (TC) de abdome com imagens que simulavam nódulos arredondados em todo parênquima hepático, atribuídos a shunts arteriovenosos. Caso 3: Mulher, 25 anos, epistaxe e sangramento de mucosa oral de repetição, desde a infância, com necessidade de transfusões sanguíneas. À EDA havia duas telangiectasias em corpo gástrico. À TC abdominal ectasia de ramos arteriais intra-hepáticos, compatível com shunts arteriovenosos. Tratada com cauterização das lesões nasais, APC das lesões gástricas e terapia medicamentosa (estrogênio e ácido tranexâmico) com diminuição do volume da perda sanguínea. Caso 4: Homem, 64 anos, com anemia recorrente. Apresentava tanto lesões vasculares em pele e lábios quanto em estômago e duodeno. Tratado com APC com controle temporário. Discussão: A Telangiectasia Hemorrágica Hereditária (THH), ou doença de Rendu-Osler-Weber, é autossômica dominante, caracterizada por malformações arteriovenosas. O diagnóstico é feito na presença de 3 de 4 critérios de Curaçao: (a) telangiectasias mucocutâneas; (b) epistaxes recorrentes; (c) malformações arteriovenosas com comprometimento visceral; (d) histórico familiar. Epistaxe é o sintoma mais comum, seguido de sangramento gastrointestinal. Sugere-se a realização de EDA nos pacientes com anemia desproporcional à epistaxe e rastreio de malformações vasculares cerebrais, pulmonares e hepáticas. O envolvimento hepático consiste em shunts arteriovenosos, arterioportais ou portovenosos, que podem provocar hiperplasia nodular focal, colestase, síndrome congestiva ou até HP, secundárias a anormalidades na perfusão. A terapia é de suporte. A recidiva após APC é frequente. Comentários finais: Apresentamos uma série de casos de THH em que todos manifestavam telangiectasias mucococutâneas e epistaxe, com acometimento do trato gastrointestinal ou hepático. Dois pacientes manifestavam apenas sangramento do trato gastrointestinal, enquanto 2 apresentavam malformações arteriovenosas hepáticas.

Área

Endoscopia - Endoscopia digestiva alta

Autores

Clícia Milena dos Santos, Victor Pereira Chaves, Cláudia Carolina Gomes Ferreira, Cristiane Azevedo Alves, Edmar Silva de Araújo Júnior, Bianca Seixas Gonçalves, Raphael José da Silva, Lucas Sicinato Silva, Valéria Ferreira de Almeida e Borges, Nestor Barbosa de Andrade