XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Fístula traqueoesofágica não-maligna: opções terapêuticas endoscópicas

Resumo

As fístulas não-malignas traqueoesofágicas (FTE) são geralmente de difícil tratamento, envolvendo cirurgia com elevada taxa de morbi-mortalidade. Relataremos dois relatados sobre as possibilidades de tratamento endoscópico de FRE benignas.
CASO 1:
Paciente com fístula traqueoesofágica após intubação prolongada por COVID-19. A fístula se encontrava em parede posterior-lateral direita a 18 cm da ADS, de aproximadamente 6 mm. Realizadas três sessões de eletrofulguração com plasma de argônio com subsequente colocação de clipes metálicos convencionais. Devido manutenção de fístula, de 3mm, optado por realizar plasma de argônio e colocação de Padlock Clip, com adequada aproximação das bordas. Após controle de 1 ano, houve completo fechamento da fístula.
CASO 2:
Paciente com fístula traqueoesofágica também por intubação prolongada por COVID-19. A fístula se encontrava em parede antero-lateral direita a 15 cm da ADS, de aproximadamente 12 mm. Realizada sessão de eletrofulguração com plasma de argônio, seguida de sutura com sitema Apollo na tentativa de fechamento da fístula. Após aplicação de duas suturas, houve fechamento parcial da fístula. Reavaliação após 1 mês nota-se que fístula mantinha-se aberta, com 5 mm de diâmetro. Realizada após 2 meses nova sessão de cauterização com Plasma de Argônio nas bordas da fístula, seguida de sutura com sistema X-Tack Endoscopic HeliX Tacking System com 8 pontos. Ao término, nota-se adequada aproximação das bordas da fístula. Reavaliação após 1 mês com completo fechamento da fístula.
De acordo com a literatura, o tratamento endoscópico da FTE leva a 45,5% de sucesso no encerramento endoscópico e 55,5% de sucesso funcional, dependendo do tamanho do orifício da fístula. Após 6 meses sem cicatrização, as hipóteses de sucesso diminuem drasticamente¹. Os casos relatados houve resolução da fístula, após algumas sessões endoscópicas. Nota-se a importância do acompanhamento adequado do paciente para realizar mudanças das abordagens terapêuticas quando necessário.

Área

Endoscopia - Endoscopia digestiva alta

Autores

Dalton Marques Chaves, Erika Yuki Yvamoto, João Guilherme Ribeiro Jordão Sasso, Thiago Ferreira de Souza, Evellin Souza Valentim, Gustavo Oliveira Luz, Edson Ide, Diogo Turiani Hourneaux de Moura, Eduardo Guimarães Hourneaux de Moura