Dados do Trabalho

Título

Endoscopia digestiva alta na avaliação de pacientes durante pré-operatório para cirurgia bariátrica é mesmo necessária ? Experiencia de dois centros

Resumo

INTRODUÇÃO: A endoscopia digestiva alta (EDA) tem sido realizada como um procedimento padrão na avaliação pré-cirúrgica de pacientes bariátricos. No entanto, esta continua a ser uma questão controversa, especialmente em indivíduos assintomáticos
OBJETIVO: Avaliar a necessidade da endoscopia digestiva alta em pacientes que serão submetidos à gastroplastia
MÉTODOS: Análise retrospectiva de prontuários dos pacientes submetidos à endoscopia digestiva alta antes da cirurgia bariátrica entre janeiro de 2018 e julho de 2022 em 2 hospitais na cidade de Porto Velho-RO
RESULTADOS: Foram incluídos 249 pacientes, 89,6% eram do sexo feminino. A idade média era
43+/- 11,4 anos, peso corporal médio de 44,8+/-6,1 kg/m2. 18,9% dos pacientes tinham sintomas do trato gastrointestinal superior, sendo o mais frequente a dispepsia. Nestes pacientes, a endoscopia digestiva alta revelou lesões em 54,2% dos exames: gastrite enantematosa (26,1%), hérnia de hiato (16,1%), gastrite e duodenite ulcerativa/erosiva (13,2%) e esofagite de refluxo
(8,4%) foram os achados mais comuns. Helicobacter pylori foi testado em 64,7% dos pacientes, com 39,1% de casos positivos. Presença de sintomas correlacionados com exames endoscópicos apresentando achados relevantes ou presença de H. pylori (p<0,05). A banda gástrica foi realizada em 8,8% pacientes, gastrectomia vertical em 24,2% e bypass gástrico em 63,9%. A taxa de complicações nos primeiros 3 meses, foi de 10,8%, sendo a migração da banda a mais comumente relatada (8 casos). Nenhum dos achados endoscópicos alterou a abordagem cirúrgica.
CONCLUSÃO: Em nosso estudo, a endoscopia digestiva alta parece justificar-se apenas em pacientes sintomáticos e não alterou a abordagem cirúrgica proposta