XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Vácuo endoscópico modificado triplo no tratamento de uma fístula complexa após esofagectomia com tubo gástrico

Resumo

Apresentação do caso: Homem de 55 anos, submetido a esofagectomia e reconstrução com tubo gástrico com anastomose mediastinal apresentado ao pronto-socorro para avaliação por febre, taquicardia e saída de líquido gástrico no dreno torácico. Uma tomografia computadorizada (TC) mostrou uma deiscência no nível da anastomose mediastinal. Posteriormente, uma esofagogastroduodenoscopia (EDA) que demonstrou fístula esofagogástrica com duas cavidades preenchidas com conteúdo purulento nos lados direito e esquerdo da anastomose. Após lavagem da cavidade, foi realizada septotomia, optou-se por um tratamento endoscópico a vácuo modificado (M-EVT) triplo. O primeiro vácuo foi alocado na cavidade direita, seguido pela cavidade esquerda, somados a um vácuo intraluminal em uma sonda nasoenteral de triplo lúmen. O M-EVT foi trocado semanalmente e, após quatro semanas, a coleção esquerda reduziu seu tamanho para 2cm. Após mais três semanas, ambas as coleções tiveram seu tamanho reduzidos, foram colocados stents ureterais tipo duplo pigtail. Na próxima EDA, todas as cavidades foram fechadas, e nenhum EVT foi considerado necessário. No seguimento de um mês, o stent pigtail foi removido. A EDA de controle de 6 meses demonstrou que o paciente estava com a fístula completamente tratada.
Discussão: As técnicas minimamente invasivas podem evitar revisão cirúrgica em pacientes já debilitados, o M-EVT é uma terapia endoscópica bem estabelecida para o manejo de defeitos transmurais gastrointestinais, vazamentos e fístulas com elevada taxa de sucesso. Este caso demonstra que mesmo fístulas complexas podem ser tratadas com uma variação do M-EVT, e que esta terapia deve ser iniciada assim que detectada a fístula para obter melhores resultados.
Conclusão: Para o melhor tratamento de fístulas complexas, deve-se ter em mente as várias possibilidades de tratamento, e as características do serviço. O tratamento com M-EVT e suas variações devem ser fortemente consideradas como tratamento primário, quando disponível e realizado por endoscopistas que o dominam, somado a uma equipe multidisciplinar coesa.

Área

Endoscopia - Miscelânea

Autores

Pedro Henrique Boraschi Vieira Ribas, João Guilherme Ribeiro Jordão Sasso, Sergio A. Sánchez-Luna, Felipe Giacobo Nunes, Victor Lira de Oliveira, Davi Lucena Landim, Mateus Bond Boghossian, Marcos Eduardo Lera dos Santos, Eduardo Guimarães Hourneaux de Moura, Diogo Turiani Hourneaux de Moura