Dados do Trabalho
Título
MÚLTIPLAS HÉRNIAS DE PAREDE ABDOMINAL OPERADAS NO MESMO ATO CIRÚRGICO
Resumo
Introdução: A hérnia inguinal é o tipo de defeito de parede abdominal mais comum, estimando-se mais de 20 milhões de hernioplastias inguinais por ano em todo mundo. Pode estar associada com outros defeitos, como hérnia umbilical, epigástrica ou incisional. A correção de múltiplas hérnias no mesmo ato cirúrgico é vantajosa, pois diminui a necessidade de re-internação para nova abordagem cirúrgica, e gera consequente diminuição de gastos.
Objetivo: O presente estudo tem como objetivo realizar uma análise descritiva do perfil clínico epidemiológico dos pacientes submetidos a tratamento cirúrgico de múltiplas hérnias da parede abdominal em serviço de referência do estado de São Paulo.
Método: Foi realizado um estudo retrospectivo, através da análise de prontuário eletrônico, pacientes submetidos a tratamento de múltiplas hérnias da parede abdominal, em serviço de Cirurgia Geral, no período de janeiro de 2021 a março de 2022. Apenas as complicações conforme classificação Clavien-Dindo III-V, período de 30 dias após a cirurgia, foram consideradas. Foram excluídas as hérnias operadas na urgência. Os dados foram coletados em planilha de Excel e submetidos a análise descritiva
Resultados: Foram avaliados 41 pacientes submetidos a correção cirúrgica de múltiplas hérnias da parede abdominal, dos quais 36 (87,8%) do sexo masculino e 5 (12,2%) do sexo feminino. Média de idade foi de 54±11 anos. Deste total, trinta (73,1%) foram submetidos a hernioplastia inguinal bilateral em associação com outras hérnias de parede abdominal, distribuídas da seguinte forma: umbilical (3), epigástrica (1) e incisional (2). Onze pacientes foram submetidos a hernioplastia inguinal unilateral, sendo, nove (81%) associados a hernioplastia umbilical, duas incisionais (18%), uma epigástrica e uma de Spiegel. O diagnóstico foi realizado pela ultrassonografia em 92,6 % dos casos e com exame físico em 7,4% dos casos. Houve apenas um caso de hematoma como complicação pós-operatória. Nenhum caso de recidiva foi relatado após retorno ambulatorial. O tempo de internação médio foi de 3 ± 5 dias. Em relação ao acompanhamento pós-operatório, 24 (58,3%) dos pacientes receberam alta ambulatorial, 14 (34,1%) seguem em acompanhamento e 3 (7,3%) perderam o seguimento.
Conclusão: Concluímos que a hérnia de parede abdominal mais frequentemente associada a hérnia inguinal foi a umbilical. A abordagem cirúrgica de múltiplas hérnias é totalmente factível sem aumentar internação ou complicações pós-operatórias.
Área
Cirurgia - Miscelânea
Autores
Ana Carolina Bueno Santana, Eduardo Vidal de Holanda, Laryssa Almeida de Andrade Tenório, Pedro Fernandes Louback, Bernardo Fontel Pompeu, Luís Fernando Paes Leme