Dados do Trabalho
Título
Tentativa de retorno às cirurgias eletivas de parede abdominal após segunda e terceira onda COVID 19
Resumo
Introdução: A pandemia gerada pelo SARS-COV-2 e a consequente sobrecarga do sistema de saúde mundial, gerou diminuição do número de cirurgias eletivas. Com a vacinação e queda progressiva dos casos, houve retorno da realização desses procedimentos, seguindo protocolos específicos de rastreamento pré-operatório. Em relação às hérnias abdominais, as cirurgias eletivas são necessárias para evitar o encarceramento agudo observado em até 15% dos casos.
Objetivo: Realizar descrição clínica e epidemiológica, dos pacientes submetidos à cirurgia eletiva em portadores de hérnias de parede abdominal, após segunda e terceira onda SARS-COV-2.
Método: Realizado estudo retrospectivo, com avaliação do prontuário eletrônico dos pacientes portadores de hérnia de parede abdominal, submetidos a tratamento cirúrgico eletivo, em serviço de referência, no período de março 2021 até maio de 2022. Foram avaliados os resultados de teste antígeno SARS-CoV-2 antes do procedimento eletivo. Foram excluídos os pacientes submetidos a cirurgia de urgência. Os dados foram anotados em planilha de Excel e posteriormente submetidos a análise descritiva.
Resultado: Foram selecionados 149 pacientes operados por hérnia, totalizando 164 procedimentos, sendo 31 (20,8%) mulheres e 118 (79,2%) homens. Média de idade foi de 52
±10 anos. Foram operados 111 (67,6%) hérnias inguinais, sete (4,26%) epigástricas, trinta e três (20,12%) umbilicais, doze (7,31%) incisionais e uma (0,6%) de Spiegel. A média de internação foi de 2,6 ± 5 dias. Das hernioplastias inguinais foram 50 (45%) direitas, 31 (27,9%) esquerdas e 30 (27%) bilaterais. A ultrassonografia foi utilizada no diagnóstico de hérnia inguinal em 100 (90%) casos. Quanto à classificação de nyhus, tivemos: II-57 (51,3%) IIIa-33 (29,7%), IIIb- 2 (1,8%). A técnica de Lichtenstein foi utilizada em todos os procedimentos inguinais. A taxa de infecção SARS-COV-2 foi de seis (4,02%) casos sem repercussão clínica. A principal complicação pós-operatória foi o hematoma.
Conclusão: A Pandemia SARS-COV-2 ocasionou retardo no tratamento cirúrgico eletivo. A hérnia inguinal foi o defeito mais comum, com baixo índice de complicações sendo todas tratadas com colocação de tela de polipropileno.
Área
Cirurgia - Miscelânea
Autores
Ana Carolina Bueno Santana, Pedro Fernandes Louback, Eduardo Vidal de Holanda, Bernardo Fontel Pompeu, Luís Fernando Paes Leme