XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Vácuo endoscópico modificado transcutâneo para o tratamento de abscesso hepático após falha da drenagem percutânea

Resumo

Apresentação do caso: Mulher de 55 anos, submetida a gastrectomia robótica para adenocarcinoma gástrico. No 7º dia de pós operatório, paciente buscou atendimento com icterícia e hipotensão. Uma tomografia computadorizada foi realizada, identificando um abscesso perihepático somada a extensa necrose hepática. Paciente foi submetida a drenagem percutânea guiada por tomografia, sem, porém apresentar melhora clínica nos próximos 7 dias. Foi solicitada avaliação endoscópica transcutânea, durante sua realização, foi optado por inserir um vácuo endoscópico modificado , com um sistema de irrigação e drenagem como uma forma de tratamento de resgate após falha da punção percutânea. Em 14 dias de tratamento com EVT e duas trocas de sistema de vácuo, o paciente apresentou melhora clínica significativa. A tomografia computadorizada de controle apresentou resolução completa da coleção. Em 5 dias após o fim do tratamento a vácuo, a paciente recebeu alta médica. Em reavaliação ambulatorial, após 6 meses, paciente permanece assintomático.
Discussão: Técnicas minimamente invasivas são as principais opções de tratamento para complicações após ressecções de tumores malignos. A drenagem percutânea guiada por imagem é a abordagem padrão-ouro para coleções infectadas
A terapia endoscópica a vácuo surgiu como um tratamento efetivo para defeitos gastrointestinais transmurais e coleções intracavitárias devido ao seu mecanismo de ação único através de micro e macrodeformações da superfície, angioneogênese, controle de exsudato e depuração bacteriana. Neste caso, apresentamos uma nova técnica como forma alternativa de tratamento de resgate após falha de drenagem percutânea para tratamento de abscesso hepático.
Comentários finais: Técnicas minimamente invasivas podem previnir revisões cirúrgicas em pacientes já debilitados. Esta técnica custo-efetiva de vácuo endoscópico modificado com irrigação e drenagem é factível, segura e efetiva como uma terapia de resgate após falha na drenagem percutânea. Ela tem potencial de se tornar uma nova técnica para radiologia intervencionista para melhorar os desfechos de drenagens percutâneas.

Área

Endoscopia - Miscelânea

Autores

João Guilherme Ribeiro Jordão Sasso, Pedro Henrique Boraschi Vieira Ribas, Rômulo Sérgio Araújo Gomes, Mateus Bond Boghossian, Sergio A. Sánchez-Luna, Marcos Eduardo Lera dos Santos, Alexandre Moraes Bestetti, Eduardo Guimarães Hourneaux de Moura, Diogo Turiani Hourneaux de Moura