XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

MORTALIDADE REGIONAL POR CÂNCER DE ESÔFAGO NO BRASIL: ANÁLISE DE DUAS DÉCADAS (2000-2019).

Resumo

Introdução: O câncer de esôfago (CE) está entre os 10 tipos de cânceres mais diagnosticados no Brasil e entre os 8 tipos que mais causaram óbitos nas duas últimas décadas. Além disso, possui elevada letalidade, com média de sobrevida em 5 anos de 10% a 30% após o diagnóstico. Projeções da Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC) estimam que a carga global de CE aumentará em mais de 50% de 2020 a 2040 em todo o mundo. Objetivo: Este estudo tem como objetivo descrever a taxa de mortalidade por câncer de esôfago (CID-10 C15) de acordo com a região geográfica e sua prevalência entre os óbitos por câncer em geral, no Brasil de 2000 a 2019. Método: Os dados utilizados são oriundos do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) e do Painel-Oncologia Brasil, dentro do site do Departamento de Estatística do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Foi realizada uma análise descritiva dos dados de mortalidade por região geográfica, assim como a análise da variação percentual anual. Os dados foram comparados com o número de óbitos por CE no país. Durante o mesmo período, foi analisada a prevalência da mortalidade por CE dentre os óbitos por câncer e a variação percentual ao longo do tempo. Resultados: O crescimento anual da mortalidade por CE no Brasil foi de 2,66% entre os anos 2000 e 2019. As Regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste apresentaram um crescimento anual acima da média nacional, com aumento de 6,73%, 6,21% e 4,72%, respectivamente. A Região Sul apresentou o menor crescimento anual, com aumento de 1,1%. A Região Sudeste, responsável por quase metade dos óbitos nacionais por CE, teve crescimento anual de 2,00%, com pico no ano de 2018, 4038 óbitos por CE. A mortalidade por CE, nesse mesmo período, em relação aos óbitos totais por câncer, varia entre 0,56% e 0,65%, o que demonstra uma relativa estabilidade na proporção de mortalidade. Conclusão: Essa análise aponta um crescimento na mortalidade por câncer de esôfago no Brasil, particularmente nas Regiões Norte e Nordeste onde esse aumento chega a quase o triplo do crescimento nacional, fazendo necessária a atenção às medidas de saúde pública para o diagnóstico precoce e tratamento adequado com o intuito de diminuir esses índices. Outrossim, apesar do crescimento nacional dos óbitos, o percentual relativo da mortalidade por câncer de esôfago permanece estável comparado à mortalidade por todos os outros cânceres.

Área

Gastroenterologia - Esôfago

Autores

Pedro Henrique Azevedo Damacena, Pedro Lucas Grangeiro de Sá Barreto Lima