XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Tratamento endoscópico paliativo na obstrução maligna gastroduodenal e colorretal

Resumo

INTRODUÇÃO: O uso de endopróteses no trato gastrointestinal (TGI) é considerado o tratamento paliativo de escolha em pacientes portadores de obstrução pelo tumor. O sucesso técnico com o uso de stents é de aproximadamente 94%. Em geral, complicações menos graves ocorrem em 27% dos pacientes, e destas 17% são devidas ao crescimento tumoral no interior da endoprótese ou em suas extremidades, 5% pela migração do stent, 2% devido à dor, e 1% por obstrução biliar. A mortalidade associada ao procedimento é pouco frequente. Assim, para o manejo da obstrução tumoral do trato gastrointestinal, o uso do stent mostrou bons resultados como uma opção paliativa custo-efetiva.
OBJETIVO: Analisar os dados do uso de stents gastroduodenais e colorretais em pacientes com obstrução tumoral do TGI em um hospital de referência oncológica.
MÉTODO: Análise retrospectiva de 26 prontuários de pacientes submetidos ao tratamento endoscópico pela colocação de endopróteses gastroduodenais (EPGD) ou colorretais (EPCR), no período de julho/20 a julho/22.
RESULTADOS: Dentre os 26 pacientes, houve um leve predomínio no sexo feminino (53,9%). A faixa etária dos pacientes tratados variou de 37 a 87 anos, sendo a mediana de 66 anos. Dezessete pacientes foram tratados com EPGD, sendo 10/17 (55,8%) por adenocarcinoma de antro, 5/17 (29,4%) por tumor de pâncreas (confirmados por histologia ou suspeição radiológica), 1/17 (5,8%) por provável colangiocarcinoma, e 1/17 (5,8%) por metástase duodenal de tumor de mama. Dois pacientes (11,7%) necessitaram de nova intervenção por crescimento tumoral no interior da malha metálica. No segmento destes pacientes, 14/17 (70,5%) evoluíram para o óbito. No outro grupo, nove pacientes foram tratados com EPCR, sendo 6/9 (66,7%) por neoplasia, 1/9 (11,1%) por carcinossarcoma de endométrio, 1/9 (11,1%) por carcinoma epidermóide de colo uterino, e 1/9 (11,1%) por lesão estenosante por metástase de tumor de mama. Nenhum paciente permaneceu vivo ao fim do período.
CONCLUSÃO: O tratamento endoscópico paliativo, com a colocação de stents, nas lesões neoplásicas obstrutivas do TGI permanece como sendo uma opção com grande sucesso técnico e poucas complicações. Além disso, tem a possibilidade de proporcionar ao paciente o retorno da ingestão alimentar pela via oral, alívio dos vômitos, e evitar, em muitos casos, procedimentos cirúrgicos, melhorando assim a qualidade de vida destes pacientes.

Área

Endoscopia - Miscelânea

Autores

Hilton Gueiros Leitão Neto, Maria Aparecida Ferreira, Alexandre Saraiva Iachan, Simone Guaraldi da Silva, Marina Dodsworth de Barros, Raíssa Barbosa Warrak , Paula Morais Gomes de Oliveira, Felipe Alves Mota Rebello de Mendonça , Mariana Costa de Mattos, Amanda Pratti Ferreira