Dados do Trabalho

Título

A EXPOSIÇÃO ÁCIDA NO ESÔFAGO DISTAL ESTÁ ASSOCIADA À FORÇA DIAFRAGMÁTICA MEDIDA PELA PRESSÃO INSPIRATÓRIA ORAL MÁXIMA, PARTICULARMENTE COM O ENVELHECIMENTO.

Resumo

Introdução: Um subgrupo de pacientes com DRGE tem um diafragma crural mais fraco e mais fino, o que apoia o conceito de déficit diafragmático na DRGE. O diafragma é o principal músculo inspiratório e, como músculo esquelético, pode se enfraquecer com o envelhecimento, que também está associado à DRGE mais intensa. A pressão inspiratória oral máxima (PImáx) é uma medida não invasiva da força muscular inspiratória. Objetivo: Este estudo investigou a possível associação da PImáx com sintomas de DRGE e o tempo de exposição ácida (EA) esofágica, em diferentes idades. Método: Após aprovação pelo comitê de ética, 72 pacientes (22 homens; idade 48 ± 14 a) submetidos a pHmetria esofágica foram estudados. Todos os pacientes apresentaram sintomas relacionados à DRGE. Os pacientes completaram o Reflux Disease Questionnaire (RDQ) para sintomas típicos. Três medidas da PImáx (em cmH2O) foram feitas com manômetro digital durante a inspiração isométrica máxima. Os pacientes tiveram pHmetria esofágica distal com canal 5 cm acima do EEI. Os dados foram analisados com teste t de Student, regressão linear ou logística, e ROC. Dados em média ± DP ou mediana (intervalo interquartil). Resultados: A mediana do RDQ dos pacientes foi de 18 (12,3; 28,7). A EA média foi de 6,9 ± 7,1%, sendo superior a 6% em 29 voluntários (36%). A EA foi maior nos pacientes com hérnia hiatal (4,7% v 11,6%, p < 0,001) e esofagite (5,7% v 13%, p = 0,005). A PImáx média foi de 65,2 ± 23,9 cmH2O (78,8 para homens e 59,2 para mulheres, p = 0,002) e se correlacionou significativamente e inversamente com a EA esofágica (linear: r = 0,28, p = 0,019; cúbico: r = 0,42, p = 0,003; n = 72). A PImáx, escore RDQ e gênero foram fatores independentes associados a EA > 6% em um modelo de regressão logística que também incluiu idade (r = 0,46, p = 0,001, área ROC sob a curva = 0,8, especificidade 0,86, sensibilidade 0,72). A PImáx correlacionou-se inversamente com a probabilidade de EA > 6%. Essa correlação foi significativa a partir dos 45 anos. Conclusão: A força diafragmática, medida como a PImáx, correlacionou-se inversamente com a EA no esôfago distal. Portanto, a PImáx poderia ser usada como uma estimativa de anormalidade da EA, com especificidade de 86% se considerados o escore RDQ, gênero e idade. Isso foi verdadeiro com o envelhecimento, quando a PImáx parecia ser um fator importante para a EA. Esses achados apoiam a noção de um fenótipo de DRGE definido pela redução da força do diafragma e envelhecimento.