Dados do Trabalho
Título
Lesões císticas pancreáticas: Avaliação endossonográfica em hospital terciário
Resumo
Introdução: Cistos pancreáticos (CPs) estão sendo diagnosticados de maneira crescente devido ao uso generalizado de imagens transversais. Podem ser detectados em 40 a 50% dos pacientes que se submetem à ressonância magnética por razões não relacionadas, aumentando a incidência conforme a idade. As NCPs são responsáveis por mais de 50% dos CPs. Existem 4 subtipos, com potencial maligno variável: tumor cístico seroso, neoplasia cística mucinosa (NCM), neoplasia mucinosa papilar intraductal (IPMN), neoplasias pseudopapilares sólidas. É bem estabelecido que a ecoendoscopia é um método sine-qua-non na investigação das lesões pancreáticas. Objetivo: Descrever as características endossonográficas das lesões císticas pancreáticas (LCPs) avaliadas em hospital terciário no período de 6 anos. Método: trata-se de um estudo descritivo retrospectivo. Foram incluídos pacientes de um hospital terciário do sistema único de saúde que realizaram avaliação por ecoendoscopia no período de 08/2016 a 03/2022 e aparentaram lesão cística pancreática. Dados coletados por análise de prontuário. Resultados: Total de 31 pacientes avaliados, idades de 79 a 23 anos, sendo 9 (29%) homens e 22 (71%) mulheres. 23 (74%) pacientes realizaram punção aspirativa por agulha fina (PAAF), 2 (6%) haviam realizado avaliação ecográfica prévia. 7 (22%) pacientes não realizaram PAAF devido ao diâmetro pequeno das lesões que variaram de 6 a 1,5 mm e 1 (3%) não realizou a PAAF pela falta de reagente bioquímico disponível. Dos que realizaram PAAF, 10 (43%) tiveram avaliação citológica, sendo 4 (40%) com amostra satisfatória e 6 (60%) insuficiente. 4 (17%) não tiveram o aspirado avaliado, 2 (9%) devido ao baixo volume e 2 (9%) por falta de reagente disponível. 6 (26%) tiveram avaliação do líquido incompleta. Os desfechos diagnósticos compõem 15 (49%) cisto simples, 2 (6%) tumor neuroendócrino, 6 (19%) pseudocisto, 3 (10%) cistoadenoma seroso, 3 (10%) NCM e 2 (6%) IPMN. Conclusão: O uso disseminado de métodos de imagem, aumentou a descoberta das LCPs Como algumas podem ser malignas, o tema ganhou relevância nas últimas décadas. Fica evidente que a avaliação por ecoendoscopia pode detalhar o aspecto estrutural, realizar coleta de material para estudo citológico, bioquímico e histológico, sendo fundamental para o diagnóstico das LCPs. A organização da dinâmica do fluxo dos materiais coletados e presença de insumos hospitalares completos, são fundamentais para a realização do raciocínio diagnóstico adequado.
Área
Endoscopia - Ecoendoscopia
Autores
Yuri Guimarães Tavares, Tiago da Silva Alvarenga Guimarães, Ana Carolina de Campos, Arthur de Campos Leite Ascava, Rodrigo Strehl Machado, Frank Shigueo Nakao